Cinco coisas que você precisa saber para começar esta quinta-feira

Investidores ficam de olho nesta quinta (28), véspera de feriado, na divulgação do PIB dos EUA e em falas sobre a política monetária americana

Tres banderas de Estados Unidos.
28 de Março, 2024 | 07:51 AM

Bloomberg Línea — Nesta quinta-feira (28), véspera de feriado da Sexta-Feira Santa, os investidores têm uma série de dados para ficar de olho. Entre eles está o Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos. No Brasil, acontece a reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN).

Ainda nos EUA, Christopher Waller, membro do Federal Reserve (Fed), afirmou que não há pressa para baixar as taxas de juros, enfatizando que os dados econômicos recentes justificam adiar ou reduzir o número de cortes vistos este ano.

Os traders aguardam a divulgação do índice de preços de gastos com consumo pessoal preferido pelo Fed – o PCE – na sexta-feira, quando os mercados estarão fechados.

O presidente da França, Emmanuel Macron, disse em passagem por São Paulo que o acordo entre a União Europeia (UE) e o Mercosul é “péssimo”. Na quarta-feira (27), Macron afirmou que dará continuidade às negociações entre os blocos econômicos.

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Confira a seguir cinco destaques desta quinta-feira (28):

1. Macron no Brasil

Em evento em São Paulo, o presidente francês Emmanuel Macron afirmou que o acordo em negociação entre a União Europeia e o Mercosul é “péssimo” e que ele precisa ser reconstruído para considerar questões de ESG, como clima, descarbonização e biodiversidade.

“O Mercosul é um péssimo acordo como ele está sendo negociado agora. Esse acordo foi negociado há 20 anos. Eu não o defendo. Não é o que queremos”, disse ele, segundo a Agência Brasil. “Deixemos de lado um acordo de 20 anos atrás e construamos um novo, mais responsável, prevendo questões como o clima e a reciprocidade”, continuou.

O discurso do presidente francês aconteceu pouco depois de o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, defender o acordo. Segundo a Agência Brasil, Alckmin disse que o Mercosul ampliou mais um país este ano, que é a Bolívia. “Fizemos um acordo com Singapura e houve conversas com a União Europeia. O presidente Lula sempre fala que tem que haver reciprocidade. É o ganha-ganha. Nós conquistamos mercado, nós abrimos o mercado.”

2. Juros nos EUA

Waller, do Fed, chamou os dados recentes de inflação de “decepcionantes” e disse que gostaria de ver “pelo menos alguns meses de dados melhores” antes de cortar as taxas de juros.

Ele destacou uma economia forte e contratações robustas como motivos para o Fed ter espaço para esperar e ganhar confiança de que a inflação está em um caminho sustentado em direção à meta de 2%.

“Na minha opinião, é apropriado reduzir o número total de cortes de taxa ou adiá-los mais para o futuro em resposta aos dados recentes”, disse Waller durante o Economic Club de Nova York na quarta-feira (27).

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Os rendimentos do Tesouro americano recuaram nas negociações na Ásia à medida que os mercados digeriam os comentários de Waller, com o rendimento do título de dois anos, sensível à política monetária, subindo cerca de quatro pontos-base. O benchmark do título de prazo mais curto subiu mais de 35 pontos-base este ano, à medida que os traders adiaram as expectativas de cortes do Fed.

3. Mercados

As ações atingiram novos recordes enquanto as bolsas globais caminham para um segundo ganho trimestral. Já os Treasuries recuam nesta quinta, com os investidores aguardando dados econômicos nos Estados Unidos.

O índice Stoxx 600, da Europa, subia 0,30% por volta das 7h (horário de Brasília) para um novo recorde, enquanto os futuros dos EUA indicavam um início mais contido para Wall Street após o S&P 500 fechar em seu nível mais alto da história.

Os investidores estarão de olho hoje nos dados de pedidos de seguro-desemprego dos EUA, que serão divulgados mais tarde no dia.

As movimentações estão relativamente moderadas, com muitos investidores institucionais reequilibrando suas carteiras, já que esta quinta-feira é o último dia de negociação do trimestre para alguns mercados.

Entre as moedas, o iene se estabilizou após atingir seu nível mais fraco em cerca de 34 anos em relação ao dólar na quarta-feira. A moeda japonesa enfraqueceu para 151,97, além do nível em que os formuladores de políticas monetárias intervieram em outubro de 2022.

4. Manchetes dos principais jornais

Estado de S. Paulo: Governo federal prepara pacote de crédito para pequenos negócios; conheça as medidas

Folha de S. Paulo: Gilmar opina sobre Bolsonaro antes de STF julgar casos e abre debate sobre imparcialidade

O Globo: Lauro Jardim: Bolsonaro pede a Moraes a liberação do seu passaporte para viajar a Israel

Valor Econômico: Perdas contábeis em empresas de consumo e varejo atingem R$ 15,7 bilhões em 2023

5. Agenda

Brasil:

  • 9h: Reunião do CMN
  • 9h: Taxa de Desemprego no Brasil

Estados Unidos:

  • 9h30: PIB dos EUA
  • 9h30: Pedidos Iniciais por Seguro-Desemprego
  • 10h45: PMI de Chicago
  • 11h: Índice Michigan de Percepção do Consumidor
  • 11h: Vendas Pendentes de Moradias
  • 14h: Contagem Total de Sondas dos EUA por Baker Hughes
  • 17h30: Fed’s Balance Sheet

-- Com informações da Bloomberg News

Tamires Vitorio

Jornalista formada pela FAPCOM, com experiência em mercados, economia, negócios e tecnologia. Foi repórter da EXAME e CNN e editora no Money Times.