Cinco coisas que você precisa saber para começar esta quinta-feira, 18 de abril

Investidores ficam de olho nesta quinta (18) em falas de banqueiros centrais que podem sinalizar futuro dos juros na zona do euro e nos EUA

O Federal Reserve afirmou no Livro Bege que a economia dos EUA “expandiu ligeiramente” desde o final de fevereiro
18 de Abril, 2024 | 08:41 AM

Bloomberg Línea — Os investidores ficam de olho nesta quinta-feira (18) em uma série de falas de membros do Federal Reserve, como Michelle Bowman e John Williams, do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), que podem dar dicas sobre os próximos passos dos juros nos Estados Unidos.

Por aqui, as atenções recaem sobre a participação do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em coletiva no G20.

Na Europa, o membro da Comissão Executiva do Banco Central Europeu (BCE), Luis de Guindos, reiterou que uma continuação na tendência de queda na inflação deve permitir a redução das taxas de juros, apoiando as expectativas de um corte em junho.

Já no Japão, um número crescente de economistas espera que o Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês) aumente as taxas de juros novamente em outubro, após uma esperada manutenção na próxima semana, sendo que a maioria deles aponta para uma possível movimentação em julho como um cenário de risco, de acordo com uma pesquisa da Bloomberg.

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Confira a seguir cinco destaques desta quinta-feira (18):

1. Juros no Brasil

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse aos investidores que as incertezas aumentaram desde a última reunião de política monetária, enquanto os economistas avaliam as chances de os formuladores de políticas reduzirem o ritmo dos cortes de juros.

Os mercados financeiros ficaram mais preocupados com a política fiscal do Brasil, e essas preocupações são capazes de afetar o prêmio de risco, tornando assim o trabalho do banco central mais difícil, disse Campos Neto em um evento em Washington na quarta-feira (17).

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Grande parte da incerteza vem da economia global, afirmou, delineando vários cenários possíveis que poderiam impactar a política monetária local.

“Poderíamos ter um sistema em que a incerteza continua sendo muito alta, mas não muda significativamente, o que poderia significar uma redução no ritmo”, disse ele. “Poderíamos ter um cenário em que a incerteza começa a afetar mais fortemente variáveis importantes, e então precisamos ir e discutir sobre a mudança no equilíbrio dos riscos.”

2. Livro Bege nos EUA

O Federal Reserve afirmou no Livro Bege que a economia dos EUA “expandiu ligeiramente” desde o final de fevereiro e as empresas relataram maior dificuldade em repassar custos mais altos.

“O gasto do consumidor mal aumentou no geral, mas os relatórios foram bastante mistos entre os distritos e as categorias de gastos”, escreveu o Fed em relatório divulgado na quarta-feira (17). “Vários relatórios mencionaram fraqueza nos gastos discricionários, já que a sensibilidade dos consumidores aos preços permaneceu elevada.”

“Outro comentário frequente foi que a capacidade das empresas de repassarem os aumentos de custos para os consumidores enfraqueceu consideravelmente nos últimos meses, resultando em margens de lucro menores”, disse o documento.

A última edição do Livro Bege foi compilada pelo Federal Reserve Bank de Boston usando informações coletadas até 8 de abril. O relatório inclui comentários e dados sobre a situação econômica de cada um dos 12 distritos do Fed.

3. Mercados

As ações avançam junto com os Treasuries nesta quinta-feira (18), enquanto os mercados globais se estabilizam após turbulências causadas por apostas equivocadas sobre o momento e o tamanho dos cortes nas taxas de juros pelo Federal Reserve.

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O índice Stoxx 600, da Europa, subia cerca de 0,2% por volta das 7h (horário de Brasília), enquanto os futuros dos EUA sinalizavam os primeiros ganhos do S&P 500 em cinco dias na abertura de Wall Street.

Os investidores estão embolsando os ganhos de um rali recorde no primeiro trimestre à medida que se deparam com uma economia dos EUA resiliente e uma inflação persistente que os forçou a recalibrar as apostas nas taxas.

Os mercados de swaps sinalizam agora apenas dois cortes nos juros pelo Fed este ano, começando em setembro, após novos dados de inflação levarem os rendimentos dos Treasuries às máximas de 2024.

No câmbio, o iene permaneceu estável após um comunicado conjunto da secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, ao lado dos ministros das Finanças do Japão e da Coreia do Sul, que observou “preocupações sérias” sobre a depreciação das duas moedas asiáticas.

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4. Manchetes dos principais jornais

Estado de S. Paulo: Rever despesas, fundir políticas sociais e mais: quais os caminhos para ajuste nas contas públicas em 2025?

Folha de S. Paulo: Deputados dos EUA divulgam decisões sigilosas de Moraes e citam 150 perfis removidos no X

O Globo: Julgamento sobre magistrados da Lava-Jato reativa divisão entre alas do STF sobre a operação

Valor Econômico: Fusões e aquisições no setor de energia devem movimentar R$ 30 bilhões neste ano

5. Agenda

Estados Unidos:

  • 9h30: Pedidos Iniciais por Seguro-Desemprego;
  • 9h30: Índice de Atividade Industrial Fed Filadélfia;
  • 10h05: Discurso de Michelle Bowman, Membro do Fomc;
  • 10h15: Discurso de John Williams, Membro do Fomc;
  • 11h: Vendas de Casas Usadas;
  • 11h: Índice de Indicadores Antecedentes dos EUA;
  • 12h: Discurso de Raphael Bostic, Membro do Fomc;
  • 14h: Leilão TIPS a 5 anos;
  • 17h30: Balanço do Fed;
  • 18h45: Discurso de Raphael Bostic, Membro do Fomc;

Brasil:

  • 14h30: Fluxo Cambial Estrangeiro;

Zona do Euro:

  • 14h30: Pronunciamento de Schnabel, do BCE;

Japão:

  • 20h30: CPI

-- Com informações da Bloomberg News

Tamires Vitorio

Jornalista formada pela FAPCOM, com experiência em mercados, economia, negócios e tecnologia. Foi repórter da EXAME e CNN e editora no Money Times.