Cinco coisas que você precisa saber para começar esta quinta-feira, 16 de maio

Investidores continuam a monitorar a situação da Petrobras e ficam de olho em dados que possam indicar os próximos passos do Fed

petrobras
16 de Maio, 2024 | 08:38 AM

Bloomberg Línea — Os investidores continuam a monitorar nesta quinta-feira (16) a situação da Petrobras (PETR3; PETR4), que perdeu R$ 34 bilhões de valor de mercado ontem após a saída do CEO.

Nos Estados Unidos, o dia é marcado por dados importantes como os pedidos iniciais por seguro-desemprego e os discursos dos membros do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc).

Os traders continuam de olho em sinais que possam indicar os próximos passos do Federal Reserve (Fed). O presidente Jerome Powell afirmou na terça que os dados recentes indicam que provavelmente levará mais tempo do que o anteriormente previsto para obter a confiança necessária para reduzir as taxas de juros.

Swaps de taxas de juros mostram que os investidores precificam quase que totalmente dois cortes até dezembro, em linha com a projeção mediana que os funcionários do Fed delinearam no chamado “gráfico de pontos” durante a reunião de política monetária de março.

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Confira a seguir cinco destaques desta quinta-feira (16):

1. Troca na liderança da Petrobras

O desempenho das ações da Petrobras é acompanhado pelos investidores nesta quinta-feira, depois que os papéis caíram até 8,3% na bolsa brasileira no pregão anterior – a maior queda intradiária em dois meses.

O movimento acontece após a demissão do CEO Jean Paul Prates e a indicação de Magda Chambriard, escolhida pelo governo para substituir Prates na liderança da estatal.

“Sua nomeação é um sinal de intervenção”, disse Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura à Bloomberg News. “A nova CEO tem o perfil de atender ao que o governo quer.” Pires chegou brevemente a concorrer ao cargo de CEO no governo anterior liderado por Jair Bolsonaro.

A Petrobras, maior produtora de petróleo da América Latina, há muito tempo tem sido uma ferramenta política para os presidentes brasileiros, que tentaram tornar a empresa um veículo para sua visão econômica - quer isso signifique uma intervenção estatal pesada ou uma abordagem mais “hands-off”.

Lula, que voltou à presidência no ano passado, tem discordado de Prates e sua pressão por dividendos extraordinários para devolver dinheiro aos acionistas, em vez de usar o dinheiro para fazer investimentos.

2. Riscos às economias

O Banco Central Europeu (BCE) alertou que as tensões geopolíticas e uma série de eleições ao redor do mundo aumentam o risco de que os investidores sejam surpreendidos por eventos negativos, colocando em risco a estabilidade financeira.

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“O espaço para surpresas econômicas e financeiras adversas é elevado, e a perspectiva de risco para a estabilidade financeira da zona do euro permanece frágil”, disse o vice-presidente do BCE, Luis de Guindos, em relatório. “O sentimento pode mudar rapidamente.”

Os riscos globais só aumentaram desde que a Rússia invadiu a Ucrânia em 2022, com o Oriente Médio representando o mais recente ponto de tensão. As eleições - incluindo a tentativa de Donald Trump de retornar à Casa Branca em novembro e as eleições para o Parlamento Europeu no próximo mês - adicionam ainda mais incerteza ao cenário.

3. Mercados

As ações globais pausam os ganhos nesta quinta após atingirem máximas históricas, com os investidores voltando suas atenções para os discursos do Federal Reserve e dados de pedidos de seguro-desemprego em busca de novas pistas sobre o caminho das taxas de juros.

Os futuros do S&P 500 operavam próximos da estabilidade às 8h35 (horário de Brasília), enquanto o índice de referência da Europa cedia ligeiramente.

Os traders também estão atentos a comentários de membros do Banco Central Europeu sobre a possibilidade de redução das taxas de juros no próximo mês. Até agora, os contratos de swap quase precificaram totalmente a probabilidade de três cortes em 2024.

Na Ásia, um índice regional se aproximou de um novo pico. As ações de desenvolvedores chineses dispararam com o otimismo de que Pequim irá fornecer apoio político para a compra de imóveis não vendidos por construtoras em dificuldades.

4. Manchetes dos principais jornais

Estado de S. Paulo: Waack: ‘Lula quer enfrentar situações inéditas com velhas ideias tanto na tragédia do RS quanto na Petrobras’

Folha de S. Paulo: Não há imóveis disponíveis em Porto Alegre para tantos desabrigados, diz prefeito

O Globo: Petrobras: Magda terá a missão de acelerar obras, mas sem ‘carta branca’ para escolher diretoria

Valor Econômico: Eleições americanas e Fed condicionam as opções do governo Lula na economia

5. Agenda

Estados Unidos:

9h30: Pedidos Iniciais por Seguro-Desemprego;

9h30: Índice de Atividade Industrial Fed Filadélfia;

10h15: Produção Industrial;

11h00: Discurso de Michael Barr, vice-presidente de Supervisão do Fed;

11h30: Discurso de Patrick Harker, membro do Fomc;

12h30: Discurso de Loretta Mester, membro do Fomc;

16h50: Discurso de Raphael Bostic, membro do Fomc;

China:

22h30: Preços de Imóveis;

23h: Investimento em Ativos Fixos;

23h: Produção Industrial;

23h: Vendas no Varejo;

23h: Taxa de Desemprego na China;

-- Com informações da Bloomberg News.

Tamires Vitorio

Jornalista formada pela FAPCOM, com experiência em mercados, economia, negócios e tecnologia. Foi repórter da EXAME e CNN e editora no Money Times.