Cinco coisas que você precisa saber para começar esta quarta-feira

Em uma semana marcada pela definição de juros ao redor do mundo, Brasil e Estados Unidos dão o tom dos mercados nesta “Super Quarta”

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Bloomberg Línea — Nesta quarta-feira (20), os investidores monitoram de perto a divulgação da decisão de juros nos Estados Unidos, às 15h, no horário de Brasília, e no Brasil, a partir das 18h.

A expectativa, segundo economistas ouvidos pela Bloomberg News, é de manutenção nos EUA e de novo corte da Selic por aqui.

Amanhã, é a vez do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês), decidir os juros. O Índice de Preços ao Consumidor (CPI) do Reino Unido subiu 6,7% em relação ao ano anterior em agosto, a taxa mais lenta em 18 meses e abaixo dos 7% esperados pelos economistas.

A probabilidade de um aumento de 0,25 ponto percentual na taxa nesta quinta, que era quase garantida no início desta semana, caiu para menos de 50%, segundo a precificação no mercado de swaps.

Na sexta-feira, a agenda de política monetária contará com a decisão do Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês). Os investidores agora voltaram sua atenção para a possível reversão da taxa de juros negativa do banco central, após a flexibilização das diretrizes em torno dos rendimentos dos títulos.

Confira a seguir cinco destaques desta quarta-feira (20):

1. Copom

O Banco Central provavelmente anunciará seu segundo corte consecutivo de 0,50 ponto percentual na taxa de juros, à medida que a inflação de serviços recua, mesmo com a atividade econômica se mostrando resiliente diante dos custos elevados de empréstimos.

Todos os 40 economistas consultados pela Bloomberg preveem que a taxa Selic cairá para 12,75% nesta quarta. Apenas 3% dos traders de opções no mercado de ações local acreditam que os formuladores de políticas adotarão um corte maior do que o esperado de 0,75pp.

Os banqueiros centrais, liderados por Roberto Campos Neto, iniciaram sua campanha de flexibilização monetária em agosto, após manterem as taxas em seu nível mais alto em seis anos por 12 meses.

A inflação anual agora voltou a ficar em um dígito, e os preços de serviços, amplamente monitorados, estão subindo em um ritmo mais lento. No entanto, um mercado de trabalho forte e a perspectiva de aumento dos custos de vida acima da meta dificultam os cortes de taxa.

2. Fomc

O Federal Reserve deverá interromper seus aumentos nas taxas de juros nesta quarta-feira, pela segunda vez este ano, devido a uma desaceleração na inflação, ao mesmo tempo em que deixa a porta aberta para outro aumento em novembro.

A expectativa unânime de Wall Street é de que o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) mantenha as taxas estáveis em uma faixa de 5,25% a 5,5%, o nível mais alto em 22 anos. A decisão sobre as taxas e as previsões do comitê serão divulgadas às 15h (horário de Brasília). O presidente Jerome Powell realizará uma coletiva de imprensa 30 minutos depois.

3. Mercados

Os futuros de ações dos EUA têm leve alta nesta manhã, com os investidores à espera da decisão de taxa de juros do Federal Reserve, que será examinada mais de perto pela perspectiva de política do que por uma pausa amplamente esperada nos aumentos.

Os contratos do S&P 500 e do Nasdaq 100 subiram cerca de 0,2% por volta das 9h (horário de Brasília).

Na Europa, as ações subiam e a libra recuava após a desaceleração inesperada da inflação britânica. A libra caiu até 0,5% em relação ao dólar para seu nível mais baixo desde maio, já que os traders apostam que o Banco da Inglaterra está se aproximando do fim de seu ciclo de aumento de juros.

4. Manchetes dos principais jornais

Estadão: Economia verde: o que falta para projetos de transição energética saírem do papel no Brasil?

Folha de S. Paulo: Reunião com Zelenski será sobre os problemas que ele quiser conversar comigo, diz Lula

O Globo: ‘Arena Fufuca’: Esporte liberou verba para estádios em reduto de ministro antes mesmo de sua posse

Valor Econômico: IPOs nos EUA abrem caminho para retomada de ofertas no Brasil

5. Agenda

Na zona do euro, às 9h, no horário de Brasília, McCaul, do Banco Central Europeu (BCE), discursa. A comunidade financeira está ansiosa por este discurso, pois McCaul poderá oferecer insights sobre as políticas monetárias e econômicas da zona do euro, o que influencia os mercados e investimentos na região.

Elderson, também do BCE, fala às 9h30. O dia fecha às 19h45 com o pronunciamento de Lane, outra figura importante do Banco Central Europeu. Seu discurso pode trazer mais clareza sobre as perspectivas econômicas da zona do euro.

Nos Estados Unidos, às 11h30, são publicados os estoques de petróleo bruto e em cushing.

No Brasil, é publicado o fluxo cambial estrangeiro às 14h30.

-- Com informações da Bloomberg News

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