Ações nos EUA caem com menor apetite ao risco; ouro ultrapassa os US$ 3.755

Bolsa americana recua diante de menor apetite por risco, enquanto demanda por ativos considerados mais seguros impulsiona o ouro e a prata

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Bloomberg — As ações dos EUA operam em queda nesta segunda-feira (22), diante do menor apetite por risco dos investidores no início de uma semana relativamente tranquila no calendário de eventos. O ouro, por sua vez, atingiu um novo recorde.

Já os mercados acionários asiáticos se recuperaram à medida que diminuíram as preocupações com os planos do Banco do Japão de se desfazer de participações em ETFs.

Após o Federal Reserve cortar os juros pela primeira vez neste ano, a agenda de eventos desta semana parece esvaziada, com a divulgação na sexta-feira do indicador preferido do banco central para medir a inflação subjacente como principal destaque.

Como a postura mais dovish da autoridade monetária está amplamente ligada ao enfraquecimento do mercado de trabalho, o relatório de folha de pagamento da próxima semana surge como catalisador mais importante, junto com o início da temporada de balanços no mês que vem.

“Esta semana é, no geral, a mais calma do mês no front macroeconômico e, com a temporada de resultados encerrada, os mercados provavelmente vão oscilar com rumores e sentimento”, disse Joachim Klement, estrategista da Panmure Liberum.

“Os investidores estão cada vez mais otimistas com a perspectiva de seis meses para os mercados acionários dos EUA, já que o Fed retomou os cortes, mas acreditamos que isso seja um caso de excesso de confiança coletiva.”

O ouro ultrapassou os US$ 3.700 a onça, à medida que os fluxos para ETFs atingiram o maior nível em três anos. A prata subiu ao maior patamar desde 2011.

Com juros mais baixos normalmente favorecendo metais preciosos sem rendimento, as apostas de mercado em quase dois cortes adicionais neste ano — somadas à demanda por porto seguro diante de riscos geopolíticos e tensões comerciais — impulsionaram uma alta de mais de 40% no ouro em 2025.

“Como o mais antigo hedge contra a inflação e com o Fed prestes a embarcar em outro ciclo de afrouxamento monetário, o ouro provavelmente continuará bem sustentado”, disse Kathleen Brooks, diretora de pesquisa da XTB.

Veja a seguir outros destaques desta manhã de segunda-feira (22 de setembro):

- Pfizer avança em aquisição. A farmacêutica negocia a compra da startup americana Metsera, que fabrica remédios para perda de peso, por até US$ 7,3 bilhões, segundo informações do Financial Times. O acordo prevê US$ 47,50 por ação em dinheiro, além de US$ 22,50 condicionados a metas de desempenho

- Índia no radar do JPMorgan. O banco americano vê a Índia como um “ponto brilhante” em meio ao cenário global desafiador, apoiada pelo forte crescimento interno e menor dependência de exportações. Apesar de tarifas e novas restrições ao visto H-1B nos EUA, o JPMorgan prevê que o país seguirá no radar de empresas de tecnologia.

- Novo patamar para o ouro. O metal precioso ultrapassou o patamar de US$ 3.720 a onça após forte fluxo para ETFs, impulsionado pelo corte de juros do Fed e pela busca por ativos considerados mais seguros. A prata também avançou e já acumula alta de 50% no ano.

🔘 As bolsas na sexta-feira (19/09): Dow Jones Industrials (+0,37%), S&P 500 (+0,44%), Nasdaq Composite (+0,72%), Stoxx 600 (-0,16%), Ibovespa (+0,25%)

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-- Com informações da Bloomberg News.

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