Ações na Europa operam em queda à espera de balanços e teste do rali de IA

Investidores aguardam resultados corporativos de gigantes como Tesla, Alphabet e Microsoft para avaliar se os lucros acompanham as altas recentes das ações

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Bloomberg — As ações europeias operam em queda nesta quinta-feira (9), enquanto os investidores aguardam a próxima temporada de balanços em busca de confirmação do frenesi em torno da inteligência artificial que impulsionou uma alta recorde nos mercados.

O índice Stoxx Europe 600 recuou de um recorde histórico. Os bancos puxaram o índice para baixo, com o Lloyds Banking tendo caído após alertar que pode ter de provisionar mais recursos para cobrir empréstimos de automóveis vendidos de forma inadequada.

As ações do HSBC Holdings despencaram com os planos de tornar uma de suas unidades bancárias privada. Os futuros do S&P 500 e do Nasdaq 100 ficaram estáveis.

O petróleo manteve-se estável após o Brent subir mais de 1% na quarta-feira, com os traders focados no arrefecimento das tensões no Oriente Médio.

O ouro permaneceu próximo a um recorde histórico, acima de US$ 4.000.

As ações globais dispararam para níveis recordes à medida que os investidores deixaram de lado preocupações com uma possível bolha nas grandes empresas de tecnologia e se concentraram na resiliência corporativa e na retomada dos cortes de juros pelo Federal Reserve.

O otimismo que impulsionou as bolsas desde a queda de abril agora enfrenta um teste crucial com a aproximação da temporada de resultados.

“Dado quão assimétricas se tornaram as expectativas e quão elevadas estão as avaliações, os investidores estão totalmente focados nos lucros”, disse Aidan Yao, estrategista do Amundi Investment Institute, à Bloomberg TV. “Eles querem ver se os lucros estão realmente acompanhando as valorizações.”

A PepsiCo e a Delta Air Lines estão entre as empresas que iniciam o período de divulgação dos resultados do terceiro trimestre nos EUA nesta quinta-feira, enquanto bancos de Wall Street como Goldman Sachs e Citigroup divulgarão seus números na próxima semana.

A Tesla será a primeira das sete gigantes de tecnologia a reportar, em 22 de outubro, seguida por Alphabet, Microsoft e Meta Platforms em 29 de outubro.

Para David Kruk, chefe de operações da La Financière de l’Echiquier em Paris, qualquer correção nas ações representará uma oportunidade de compra.

“Em termos de fundamentos, estamos em um cenário ‘Cachinhos Dourados’: o crescimento é resiliente, a inflação deixou de ser preocupante e os lucros estão em tendência positiva”, disse Kruk.

“É compreensível ter dúvidas sobre o rali, mas não vejo nenhum motivo concreto para vender.”

Enquanto isso, a ata da última reunião de política monetária do Fed mostrou que as autoridades, em geral, apoiaram o corte de 0,25 ponto percentual em setembro, embora alguns tenham defendido manter as taxas inalteradas.

Isso mantém inalteradas as expectativas de outro corte ainda este mês, à medida que o fechamento parcial do governo dos EUA mina a confiança e a atividade econômica, segundo a Bloomberg Economics.

Os rendimentos dos Treasuries subiram levemente, e um índice do dólar permaneceu estável.

Veja a seguir outros destaques desta manhã de quinta-feira (9 de outubro):

- MP do IOF caduca. O governo Lula não conseguir aprovar no Congresso a medida provisória alternativa ao IOF, o que coloca em risco as metas fiscais de 2025 e 2026. A proposta, que poderia gerar mais de R$ 20 bilhões no próximo ano, enfrentou resistência de parlamentares ligados ao agro, fundos de investimento e apostas online.

- Trégua em Gaza? Israel e o Hamas firmaram a primeira fase de um acordo de paz mediado por EUA, Egito, Catar e Turquia para libertar todos os reféns em Gaza e encerrar a guerra de dois anos. O pacto prevê a libertação de 2.000 prisioneiros palestinos, retirada gradual das tropas israelenses e ampliação da ajuda humanitária.

- Tempestade perfeita na Alemanha. A Porsche juntou-se à BMW e à Mercedes-Benz e relatou quedas nas vendas na China, em meio ao avanço da BYD e da Xiaomi. “O setor manufatureiro alemão e a indústria automotiva está em uma tempestade perfeita”, disse o professor de economia, Jens Suedekum, à Bloomberg News.

🔘 As bolsas ontem (08/10): Dow Jones Industrials (-0,01%), S&P 500 (+0,58%), Nasdaq Composite (+1,12%), Stoxx 600 (+0,79%), Ibovespa (+0,56%)

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-- Com informações da Bloomberg News.

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