Bloomberg — As ações globais operavam em alta nesta segunda-feira (27) diante de sinais de que Estados Unidos e China estão perto de fechar um acordo comercial, movimento que também impulsionava o cobre e o petróleo.
O índice MSCI de ações globais subiu 0,3% para uma máxima histórica, apoiado por recordes no Japão, Coreia do Sul e em um indicador de ações asiáticas.
Os futuros do S&P 500 e do Nasdaq 100 avançaram depois de ambos os índices terem fechado em novo pico na semana passada.
O cobre, tradicional termômetro do crescimento global, disparou, assim como o petróleo, com a perspectiva de um acordo EUA-China reforçando o panorama de demanda.
Os contratos também apontaram para uma abertura em alta das bolsas europeias.
O dólar australiano e o neozelandês, usados como proxies para exposição à China, se fortaleceram.
Com o aumento do apetite por risco, o ouro caiu 0,8%, para cerca de US$ 4.080 a onça, enquanto o rendimento do Treasury de 10 anos subiu quatro pontos-base para 4,04%.
A soja também avançou com a expectativa de retomada do comércio bilateral da commodity.
“Parece uma vitória simbólica para os dois lados”, disse Charu Chanana, estrategista-chefe de investimentos do Saxo Markets em Singapura.
“Os mercados devem interpretar isso como um sinal de curto prazo pró-risco. No entanto, o rali precisará do respaldo dos fundamentos para se sustentar.”
O alívio nas tensões comerciais entre as duas maiores economias do mundo tem dado confiança aos investidores para ampliar o rali acionário desde as mínimas de abril, quando os mercados caíram após o presidente Donald Trump redesenhar regras comerciais com novas tarifas.
Esse avanço enfrenta um teste importante nesta semana, com a decisão do Federal Reserve e os balanços de gigantes de tecnologia indicando a força do crescimento dos lucros.
Negociadores de alto escalão dos EUA e da China chegaram a consensos em vários pontos, abrindo caminho para que Trump e Xi finalizem um acordo e reduzam tensões que abalaram os mercados globais.
O jornal oficial do Partido Comunista da China pediu que as maiores economias do mundo “protejam conjuntamente conquistas arduamente alcançadas” nas últimas conversas, antes de um encontro decisivo entre Trump e Xi Jinping.
Negociadores comerciais da China e dos EUA anunciaram domingo uma série de acordos sobre tarifas, taxas de transporte marítimo, fentanil e controles de exportação, após dois dias de reuniões na Malásia.
O movimento representou uma redução significativa das tensões depois de novas ameaças tarifárias e medidas restritivas terem colocado a relação bilateral em risco.
“Embora o sentimento esteja otimista, o impacto final no mercado vai depender do encontro Trump-Xi”, afirmou Dilin Wu, estrategista da Pepperstone Group.
“Esse evento segue como o principal catalisador, determinando se qualquer acordo será realmente implementado.”
Os sinais encorajadores contrastam com as semanas anteriores, quando novos controles de exportação da China e ameaças tarifárias de Trump sugeriam uma escalada rumo a uma guerra comercial total.
Em outro mercado, ativos da Argentina devem subir após o forte desempenho do presidente Javier Milei nas eleições legislativas, que superou até mesmo as projeções mais otimistas e reduziu temores de que sua agenda econômica travasse.
Na Indonésia, ações registraram a maior queda em mais de seis meses após um documento de consulta da MSCI levantar preocupações sobre possível reponderação de papéis locais.
Separadamente, o secretário do Tesouro, Scott Bessent, disse que a lista de candidatos à presidência do Fed foi reduzida a Christopher Waller, Kevin Warsh, Kevin Hassett, Michelle Bowman e Rick Rieder. Ele afirmou que planeja uma segunda rodada de entrevistas e espera apresentar uma lista final a Trump após o feriado de Ação de Graças.
Os mercados também aguardam uma semana cheia de decisões de bancos centrais, incluindo Fed, Banco Central Europeu e Banco do Japão.
O Fed deve cortar os juros em 25 pontos-base. Na sexta-feira, Wall Street teve um rali de alívio depois que dados de inflação mais fracos do que o esperado reforçaram a convicção de investidores em cortes de juros.
A leitura mais lenta em três meses para a inflação subjacente trouxe alívio, após semanas com poucos indicadores por causa da paralisação do governo dos EUA. O BCE e o BoJ devem manter as taxas inalteradas.
Veja a seguir outros destaques desta manhã de segunda-feira (27 de outubro):
- Tarifas dos EUA sobre o Brasil. Lula disse que a reunião com Trump foi ‘surpreendentemente boa’ e que espera uma solução rápida para as sanções. O presidente brasileiro afirmou que as tarifas foram baseadas em ‘informações erradas’. Eles também discutiram sobre a possibilidade de Trump participar da COP30 no Brasil.
- Toyota mantém ritmo forte. A montadora atingiu novamente vendas e produção recordes na primeira metade do ano fiscal, com impulso dos EUA e da forte demanda por híbridos. O desempenho compensou os resultados na China e no Japão, onde marcas locais e recall do Prius afetaram resultados.
- Meituan vai ao mercado. A maior empresa de delivery da China planeja captar US$ 3 bilhões em títulos para reforçar liquidez e enfrentar a guerra de preços no mercado, segundo pessoas que falaram à Bloomberg News. Analistas alertam para possível deterioração de crédito, apesar de a Moody’s ver benefício à liquidez.
🔘 As bolsas na sexta-feira (24/10): Dow Jones Industrials (+1,01%), S&P 500 (+0,79%), Nasdaq Composite (+1,15%), Stoxx 600 (+0,23%), Ibovespa (+0,31%)
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-- Com informações da Bloomberg News.
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