Bloomberg — As ações globais operam em alta nesta segunda-feira (30), impulsionadas pelo avanço nas negociações comerciais entre o governo Trump e parceiros estratégicos, o que reforça o sentimento positivo que já havia levado o S&P 500 a uma nova máxima histórica.
Os contratos futuros do índice de referência norte-americano avançaram 0,4%, enquanto os do Nasdaq 100 subiram 0,5%. Já as bolsas europeias e asiáticas operaram estáveis.
O dólar retomou a trajetória de queda, recuando 0,2% frente a uma cesta de moedas, negociado perto das mínimas de três anos. Os títulos do Tesouro dos EUA se valorizaram, com o rendimento da T-note de 10 anos caindo três pontos-base, para 4,25%.
As ações americanas atingiram uma máxima histórica na semana passada, com sinais de alívio nas tensões geopolíticas e resiliência da economia, apesar da ofensiva do presidente Donald Trump para reformular o comércio global por meio de tarifas.
A inflação contida também reforça as apostas do mercado em cortes de juros pelo Federal Reserve ainda neste ano, mesmo com o banco central adotando uma postura cautelosa.
Com a aproximação do prazo de 9 de julho para as negociações comerciais de Trump, os diálogos com grandes parceiros como China e União Europeia têm avançado.
Os investidores também aguardam dados econômicos importantes nos próximos dias, incluindo o relatório mensal de empregos, previsto para quinta-feira, para avaliar a força da economia e as perspectivas para os juros.
“O curto prazo tem sido marcado pela confluência de vários fatores que, juntos, elevaram o sentimento dos investidores”, disse Daniel Murray, CEO da EFG Asset Management na Suíça.
“Tudo isso está relacionado a uma onda repentina de otimismo em torno de acordos comerciais com os EUA.”
Paralelamente, continuam as negociações sobre o projeto de corte de impostos de Trump, enquanto os republicanos tentam convencer os indecisos a aprová-lo em definitivo. O Escritório de Orçamento do Congresso (CBO), órgão independente, estima que a medida pode aumentar o déficit dos EUA em quase US$ 3,3 trilhões ao longo de uma década, o que pressiona o dólar.
O índice do dólar da Bloomberg acumula queda de quase 9% no ano, seu pior desempenho para o primeiro semestre desde sua criação, em 2005.
“O dólar continua sob pressão cíclica de baixa, impulsionada pelas incertezas persistentes em relação às políticas fiscais e comerciais dos EUA”, escreveu Lloyd Chan, estrategista do Mitsubishi UFJ Financial Group.
“Um fator-chave que pode enfraquecer ainda mais o dólar é o possível salto na dívida fiscal decorrente do grande e belo projeto de lei do presidente Trump.”
Veja a seguir outros destaques desta manhã de segunda-feira (30 de junho):
- África do Sul na mira da Starlink. A empresa de Musk planeja investir cerca de US$ 112,7 milhões no país para obter uma licença de operação. O valor será aplicado em infraestrutura para apoiar à Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC). A expectativa é que um acordo seja fechado antes da cúpula do G20 em novembro.
- Danantara busca empréstimo. O fundo soberano da Indonésia busca um empréstimo multimoeda de até US$ 10 bilhões, o que pode se tornar no maior do Sudeste Asiático. O pedido foi enviado a bancos regionais e internacionais, com prazos de três a cinco anos. Os recursos serão usados para fins corporativos gerais.
- Investimentos em IA. Armen Panossian, co-CEO da Oaktree, alertou para o “risco de excessos” nos investimentos em inteligência artificial, comparando o momento ao boom das fibras ópticas nos anos 1990. Apesar disso, Panossian vê grandes oportunidades de financiamento em todo o ecossistema de IA.
🔘 As bolsas na sexta (27/06): Dow Jones Industrials (+1,00%), S&P 500 (+0,52%), Nasdaq Composite (+0,52%), Stoxx 600 (+1,14%), Ibovespa (-0,18%)
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-- Com informações da Bloomberg News.
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