Bloomberg — As ações globais operam em alta nesta quinta-feira (11), antes da divulgação dos dados de inflação dos EUA (CPI, na sigla em inglês), que pode reforçar as apostas em cortes de juros pelo Fed.
Os futuros do S&P 500 avançaram 0,1% após duas máximas históricas consecutivas. As ações europeias subiram 0,2%, lideradas pelos setores de construção e telecomunicações. O índice MSCI Ásia-Pacífico ficou praticamente estável após cinco dias de ganhos. Os Treasuries permaneceram estáveis, com o rendimento do papel de 10 anos em 4,05%. O dólar se fortaleceu.
As expectativas de que o Fed retome o afrouxamento monetário neste mês dispararam nas últimas semanas, à medida que os dados apontam cada vez mais para um mercado de trabalho sob pressão.
A inesperada queda da inflação ao produtor na quarta-feira reforçou a visão de que as tarifas não estão exercendo pressão excessiva sobre os preços.
O núcleo do CPI, medida de inflação subjacente que exclui alimentos e energia, provavelmente irá subir 0,3% pelo segundo mês consecutivo, segundo a mediana das estimativas de uma pesquisa da Bloomberg News.
Os mercados de juros futuros atualmente apostam em até três cortes de 0,25 ponto percentual até dezembro, com algumas apostas indicando uma redução de 0,50 ponto já na reunião do Fed na próxima semana.
Um dado mais fraco do que o esperado poderia alimentar as apostas em um corte inicial mais agressivo, enquanto uma leitura mais forte reforçaria a visão de cortes graduais.
“Mesmo que haja um pequeno salto no CPI, existe a teoria de que pode ser algo de curto prazo, impulsionado por tarifas”, disse Nataliia Lipikhina, chefe de estratégia de ações para EMEA do JPMorgan Private Bank.
“Enquanto não for um aumento muito grande, não acho que veremos uma reação muito negativa no mercado.”
Os dirigentes do Banco Central Europeu devem manter os juros inalterados mais tarde nesta quinta-feira. A expectativa de analistas é que não haverá novos cortes neste ciclo.
Economistas esperam que as novas projeções trimestrais atenuem os temores de que a inflação fique permanentemente abaixo de 2%.
No mercado de commodities, o Brent recuou para perto de US$ 67,30 o barril diante das previsões de um excedente recorde no próximo ano.
Embora a Agência Internacional de Energia tenha elevado ligeiramente as projeções de demanda global de petróleo até 2026, aumentou ainda mais as estimativas de oferta.
Enquanto isso, o México avalia tarifas de até 50% sobre carros, autopeças, aço e têxteis da China e de outros países com os quais não tem acordos comerciais.
O presidente Donald Trump e o primeiro-ministro indiano Narendra Modi prometeram retomar negociações comerciais, e sinalizaram uma possível trégua após semanas de confronto em torno de tarifas e compras de petróleo russo.
Veja a seguir outros destaques desta manhã de quinta-feira (11 de setembro):
- Nissan ajusta estrategia. O CEO da montadora, Ivan Espinosa, quer acelerar o lançamento de novos modelos e reduzir o tempo de desenvolvimento de 50 para 37 meses. A aposta é em uma linha renovada, como o Sentra, o Rogue híbrido e a minivan Elgrand, para recuperar o espaço perdido frente a rivais como a Tesla e BYD.
- Deal de R$ 12 bi na Neoenergia.A Iberdrola chegou a um acordo para comprar a parcela de 30,29% da Previ na Neoenergia, elevando a sua participação para cerca de 84% na empresa do setor elétrico. O valor acertado é de 1,88 bilhões de euros (cerca de R$ 12 bilhões).
- O cenário para M&As, segundo o Citi. A CEO do banco, Jane Fraser, disse que a atividade de fusões tem ganhado força diante da maior clareza política nos EUA, o que trouxe mais confiança às empresas. Segundo ela, os clientes estão mais ativos em investimentos e negociações, embora ainda veja riscos no mercado de trabalho.
🔘 As bolsas ontem (10/09): Dow Jones Industrials (-0,48%), S&P 500 (+0,30%), Nasdaq Composite (+0,03%), Stoxx 600 (-0,02%), Ibovespa (+0,52%)
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-- Com informações da Bloomberg News.
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