Bloomberg — As ações globais voltaram a operar em queda nesta terça-feira (18), à medida que investidores evitam o risco de ativos considerados mais voláteis antes da divulgação dos dados de emprego (o payroll) de setembro na próxima quinta-feira.
Os futuros do S&P 500 recuaram 0,3% depois de o índice de referência ter fechado abaixo da média móvel de 50 dias na sessão anterior, o que sinaliza espaço para novas quedas.
O Bitcoin caiu mais de 1%. As ações europeias recuaram pelo quarto dia seguido, enquanto os índices na Ásia fecharam no vermelho, com o Nikkei 225 do Japão registrando sua pior sessão desde abril.
Os títulos foram os maiores beneficiados com a busca por ativos seguros, com o rendimento dos Treasuries de 10 anos caindo quatro pontos-base, para 4,10%. O dólar se manteve estável, enquanto o ouro caiu mais perto de US$ 4.000 a onça.
Os movimentos amplos nos mercados refletiram a contínua preocupação com juros e resultados do setor de tecnologia, com o balanço da Nvidia, previsto para quarta-feira, prestes a testar o nervosismo dos investidores diante das altas avaliações ligadas à inteligência artificial.
O foco depois se voltará ao relatório de empregos de setembro, adiado e previsto para a próxima quinta-feira, e considerado um indicador-chave para a perspectiva de política monetária do Federal Reserve.
Enquanto isso, os pedidos iniciais de seguro-desemprego somaram 232.000 na semana encerrada em 18 de outubro, segundo o site do Departamento do Trabalho dos EUA.
“A tensão deve persistir até que o relatório de empregos de setembro traga maior clareza”, disse Homin Lee, estrategista macro sênior do Lombard Odier. “Dados fracos do mercado de trabalho ou um forte resultado da Nvidia podem ajudar.”
Analistas que estudam padrões gráficos em ações dos EUA alertam que a queda recente pode se transformar em uma correção plena de pelo menos 10%.
A queda de segunda-feira no S&P 500 ampliou o recuo desde o último recorde, em 28 de outubro, para 3,2%.
O movimento abaixo da média móvel de 50 dias encerrou o segundo período mais longo deste século acima dessa linha de tendência amplamente acompanhada.
“Tem sido um ótimo ano no geral para os investidores, mas o nervosismo claramente está aumentando”, disse Nick Twidale, diretor de análise de mercado da AT Global Markets em Sydney.
“Podemos ver mais volatilidade nas próximas semanas conforme entramos no período de negociações de fim de ano.”
Veja a seguir outros destaques desta manhã de terça-feira (18 de novembro):
- Baidu sob efeito da IA. A gigante chinesa de tecnologia registrou recuo de 7% em receita no trimestre e prejuízo de 11,2 bilhões de yuans, diante da pressão de rivais como a ByteDance em seu negócio de publicidade. A empresa busca recuperar terreno na corrida da IA com a expansão para novos mercados.
- Akzo Nobel avança em M&A.A fabricante de tintas e revestimentos holandesa concordou em comprar a rival Axalta em um acordo de ações que avalia a empresa em € 7,9 bilhões. O negócio combinado, que terá listagem transferida para Nova York, deve gerar sinergias de US$ 600 milhões.
- Apetite para a soja americana. A China comprou quase 1 milhão de toneladas de soja dos EUA após a recente trégua comercial de Trump. As compras foram lideradas pela estatal Cofco, segundo fontes que falaram à Bloomberg News. Pequim terá de acelerar o ritmo para cumprir a meta americana de 12 milhões de toneladas até o fim do ano.
🔘 As bolsas ontem (17/11): Dow Jones Industrials (-1,18%), S&P 500 (-0,91%), Nasdaq Composite (-0,84%), Stoxx 600 (-0,54%), Ibovespa (-0,47%)
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-- Com informações da Bloomberg News.
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