Bloomberg — As ações globais operam em queda nesta sexta-feira (4), após o presidente Donald Trump ter ameaçado antecipar novas tarifas comerciais antes do prazo da próxima semana. As bolsas americanas estão fechadas devido ao Dia da Independência.
O índice de referência da Europa recuou 0,5%, com mineradoras e montadoras — setores mais expostos ao comércio — entre as maiores quedas. As bolsas da Ásia também fecharam em baixa. Os futuros do S&P 500 caíram 0,4%, com os mercados acionários e de Treasuries dos EUA fechados devido ao feriado de 4 de julho.
Trump alertou parceiros comerciais na quinta-feira que sua administração pode começar a emitir cartas com tarifas unilaterais já nesta sexta-feira, com o prazo de negociação se aproximando do dia 9 de julho. O ouro subiu 0,4%, com investidores em busca de ativos de proteção. O dólar recuou 0,1%.
Os investidores aguardam com cautela os desdobramentos das negociações comerciais durante a pausa atual nas tarifas impostas por Trump em abril.
As ações vinham renovando máximas com o alívio nas preocupações de que essas tarifas pudessem levar os EUA a uma recessão.
Na quinta-feira, dados sobre criação de empregos nos EUA superaram as expectativas, levando os traders a praticamente descartarem uma queda nos juros em julho.
“Apesar da incerteza, uma coisa é clara: a economia dos EUA parece estar se sustentando relativamente bem”, disse Tony Sycamore, analista de mercado da IG Australia.
Investidores como Jung In Yun, CEO da Fibonacci Asset Management Global, em Singapura, estão mantendo mais caixa e aguardando a segunda-feira para ver a reação do mercado.
“O portfólio está com mais caixa do que o normal no momento”, disse ele. “Vejo um otimismo excessivo entre outros gestores que me deixa desconfortável.”
Trump obteve uma importante vitória na política doméstica dos EUA, com a Câmara aprovando um pacote fiscal de US$ 3,4 trilhões que reduz impostos e limita gastos com programas de assistência social.
O aumento de US$ 5 trilhões no teto da dívida dos EUA também elimina o risco de um calote iminente que poderia abalar os mercados.
Separadamente, o governo chinês pretende cancelar parte de uma cúpula de dois dias com líderes da União Europeia, prevista para o final deste mês, em meio ao aumento das tensões diplomáticas e comerciais entre os dois parceiros.
Pequim também impôs tarifas antidumping sobre o conhaque europeu por cinco anos. As ações da Remy Cointreau e da Pernod Ricard chegaram a cair, mas depois se recuperaram.
Nos mercados de commodities, o petróleo recuou antes da reunião da OPEP+, que deve anunciar mais um aumento robusto na produção — o que ameaça ampliar o excesso de oferta previsto para o fim deste ano.
Veja a seguir outros destaques desta manhã de sexta-feira (4 de julho):
- Suzuki avança com importações. A empresa superou a Mercedes-Benz e se tornou a maior importadora de carros do Japão em junho, puxada pelo sucesso do modelo Jimny Nomad e de um SUV fabricado na Índia. A montadora japonesa importou 4.780 veículos no mês, 230 vezes mais que no ano anterior.
- A chegada do CFO da Boeing. O executivo Jay Malave ficará impedido de atuar em algumas áreas consideradas sensíveis da Boeing, como defesa e espaço, até o fim de 2025, por possíveis conflitos de interesse. Ele também terá restrições até 2027 para interações com fornecedores ligados à antiga empregadora, a Lockheed Martin.
- S&P 500 perto do limite? O índice está perto de um nível que pode acionar um sinal de alerta, segundo o estrategista do Bank of America, Michael Hartnett, que sugere reduzir a exposição caso ultrapasse 6.300 pontos. As bolsas renovaram as máximas com a resiliência da economia e a trégua tarifária.

🔘 As bolsas ontem (03/07): Dow Jones Industrials (+0,77%), S&P 500 (+0,83%), Nasdaq Composite (+1,02%), Stoxx 600 (+0,47%), Ibovespa (+1,35%)
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-- Com informações da Bloomberg News.
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