Ações globais operam sem direção única antes da divulgação do balanço da Nvidia

Expectativa pelo balanço da Nvidia, que será divulgado após o fechamento do mercado, domina o dia em meio a cautela com juros e risco de correção

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Bloomberg — As ações globais operam perto da estabilidade nesta quarta-feira (19), enquanto os investidores aguardam a divulgação do balanço da Nvidia, visto como um teste importante para as big techs.

O S&P 500 caminhava para encerrar sua mais longa sequência de quedas desde agosto, período que levou o índice ao menor nível em um mês. As baixas na Europa e na Ásia foram leves.

Os Treasuries mantiveram os ganhos recentes impulsionados pela busca por segurança. O dólar teve pouca variação. O Bitcoin era negociado abaixo de US$ 92.000.

O índice de referência dos EUA já caiu mais de 3% neste mês, à medida que as gigantes de tecnologia — responsáveis por boa parte dos ganhos de 2025 — enfrentaram pressão.

Os resultados da Nvidia, previstos para depois do fechamento do mercado, são vistos como um termômetro para avaliar se as avaliações elevadas e o enorme gasto em inteligência artificial ainda se justificam.

Executivos de Wall Street pediram cautela, alertando os investidores a se prepararem para novas perdas.

O presidente do Goldman Sachs, John Waldron, disse que os “aspectos técnicos estão mais inclinados à proteção e à desvantagem”. Bob Diamond, da Atlas Merchant Capital, classificou a turbulência como uma “correção saudável”.

Para Benoit Peloille, CIO da Natixis Wealth Management, a fraqueza atual “pode facilmente se transformar em uma correção de 10% a 15%” no S&P 500. “Não tenho certeza de que nem mesmo resultados muito bons da Nvidia seriam suficientes para impedir isso”, afirmou.

Os investidores também acompanharão a divulgação da ata da reunião do Federal Reserve do mês passado. A reversão das expectativas de corte de juros em dezembro aumentou o mau humor dos mercados, e os traders agora veem menos de 50% de chance de uma redução de 0,25 ponto.

“Esperamos que a ata mostre um Fed profundamente dividido, com preocupações sobre um mercado de trabalho mais fraco, mas inflação persistente”, escreveu Mohit Kumar, economista-chefe e estrategista para a Europa no Jefferies.

No Reino Unido, traders ampliaram as apostas de que o Banco da Inglaterra cortará juros no próximo mês, após a inflação cair pela primeira vez em sete meses. A libra teve pouca variação, enquanto o rendimento dos gilts de dois anos recuou dois pontos-base, para 3,77%.

Veja a seguir outros destaques desta manhã de quarta-feira (19 de novembro):

- Ajuste nos mercados no horizonte. O presidente e o Chief Operating Officer do Goldman Sachs, John Waldron, disse que os mercados estão preparados para possíveis novas quedas, com investidores atentos ao balanço da Nvidia. Outros executivos veem os recentes recuos como uma “correção saudável”.

- Novo patamar para elétricos da Xiaomi. A empresa alcançou lucro em sua divisão de carros elétricos apenas 19 meses após lançar o modelo SU7, em um feito considerado mais rápido do que a Tesla, Li Auto e outras rivais chinesas. O avanço se deve à base de usuários e ao fortalecimento de marca.

- Bitcoin perde tração no ano. A moeda digital acumula queda de 30% desde o pico alcançado em meados de 2025, frustrando investidores que esperavam um ano de consolidação. Com alta volatilidade, liquidez baixa e maior aversão ao risco, o mercado agora vê pouca chance de o ativo voltar a um patamar recorde ainda neste ano.

🔘 As bolsas ontem (18/11): Dow Jones Industrials (-1,07%), S&P 500 (-0,82%), Nasdaq Composite (-1,21%), Stoxx 600 (-1,72%), Ibovespa (-0,30%)

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-- Com informações da Bloomberg News.

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