Bloomberg — As ações operam perto da estabilidade nesta quarta-feira (17), diante da cautela dos investidores antes da decisão de juros do Federal Reserve.
Com as bolsas próximas a recordes, o tom calmo esconde a incerteza sobre como o Fed vai sinalizar o caminho dos juros, com um corte de 0,25 ponto percentual nesta reunião e outros três até abril já precificados.
O risco é que os dirigentes do Fed, encarregados de proteger o mercado de trabalho — adotem um tom menos dovish para manter a inflação sob controle.
Também paira sobre a reunião o impasse em relação à política monetária, com a forte pressão do presidente Donald Trump por custos de empréstimo mais baixos que colidem com a postura até aqui cautelosa do presidente do Fed, Jerome Powell, diante das pressões de preços causadas pelas tarifas.
“Há potencial para uma grande divergência entre os dirigentes”, escreveu o estrategista do Deutsche Bank Jim Reid.
“Também há a possibilidade de múltiplas dissidências. A última reunião registrou a dissidência de dois deles pela primeira vez desde 1993, enquanto Stephen Miran, indicado por Trump, também ingressou no conselho agora.”
Os futuros do S&P 500 e do Nasdaq 100 tiveram pouca variação. A Nvidia Corp. caiu 1,2% no pré-mercado após reportagem do Financial Times de que um órgão regulador chinês ordenou às maiores empresas de tecnologia do país que cancelassem pedidos do produto RTX Pro 6000D.
As ações europeias avançaram 0,2%, em um movimento de recuperação de parte das perdas da sessão anterior. O índice MSCI para ações asiáticas pairou em máxima histórica.
O indicador da Bloomberg News para o dólar manteve-se próximo do nível mais baixo desde 2022.
Os mercados globais de títulos registraram ganhos modestos, com o rendimento dos Treasuries de 10 anos recuando dois pontos-base, para 4,01%. O ouro recuou de um recorde após ter ultrapassado brevemente os US$ 3.700 a onça na sessão anterior.
Veja a seguir outros destaques desta manhã de quarta-feira (17 de setembro):
- Postura do BC diante o juros. Analistas consultados pela Bloomberg News projetam que o Banco Central do Brasil deve manter a Selic em 15% pela segunda vez consecutiva nesta quarta-feira (17). A estratégia busca consolidar os avanços no combate à inflação, já que as projeções ainda estão acima da meta de 3%.
- Prosus dobra a aposta na Índia. A companhia ampliou sua participação na Urban Company para 7,35% após investir US$ 139 milhões na startup indiana de serviços domésticos. A empresa estreou na bolsa de Mumbai com alta de até 74%, e alcançou um market cap de cerca de US$ 2,8 bilhões.
- Futuro da Ben & Jerry’s. O cofundador da marca de sorvetes, Jerry Greenfield, renunciou após 47 anos na empresa. Em carta, ele acusou a Unilever de ter “sufocado” a liberdade da Ben & Jerry’s de se posicionar em questões sociais. A saída ocorre no momento em que a controladora prepara a listagem de sua divisão de sorvetes.
🔘 As bolsas ontem (16/09): Dow Jones Industrials (-0,27%), S&P 500 (-0,13%), Nasdaq Composite (-0,07%), Stoxx 600 (-1,14%), Ibovespa (+0,36%)
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-- Com informações da Bloomberg News.
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