Bloomberg — As ações globais operam em queda nesta quarta-feira (5) após um rally nas ações de tecnologia, à medida que investidores continuaram a reduzir posições nos maiores beneficiários do boom da inteligência artificial.
Os futuros do Nasdaq 100 caíram 0,2% depois de o índice registrar sua maior queda em quase um mês, em meio a preocupações com avaliações elevadas.
As ações de tecnologia também lideraram as perdas na Europa, enquanto o Kospi, da Coreia do Sul — um dos principais termômetros de apostas em IA — recuou mais de 2% na Ásia.
Os Treasuries subiram com a busca por segurança, levando o rendimento dos papéis de 10 anos a cair um ponto-base, para 4,07%. O ouro avançou pela primeira vez em quatro sessões. Fora do setor de tecnologia, a liquidação de ações deu sinais de arrefecimento, com os futuros do S&P 500 estáveis e os contratos do Russell 2000 em leve alta.
“A correção foi motivada mais pela realização de lucros do que por fundamentos”, disse Stephan Kemper, estrategista-chefe do BNP Paribas Wealth Management. “Com as avaliações esticadas, uma correção sempre é possível — e pode até ser saudável, ao eliminar posições frágeis e alavancadas.”
A pausa no rali global das bolsas ocorre após o otimismo em torno da IA e as expectativas de novos cortes de juros pelo Federal Reserve terem impulsionado o índice de referência dos EUA em mais de 35% desde as mínimas de abril.
Esses ganhos, porém, tornaram-se cada vez mais concentrados, levando alguns executivos de Wall Street a descrever o recuo como um “ajuste saudável”.
As vendas reduziram cerca de US$ 500 bilhões em valor de mercado combinado do Índice de Semicondutores da Filadélfia na terça-feira e de um índice da Bloomberg que acompanha ações asiáticas de chips na quarta-feira.
Veja a seguir outros destaques desta manhã de quarta-feira (05 de novembro):
- Acordo comercial sobre o agro. A China anunciou que removerá tarifas retaliatórias sobre soja, milho, trigo, sorgo e frango dos EUA após Washington reduzir pela metade as taxas ligadas ao fentanil sobre produtos chineses. A medida faz parte de um pacto comercial de um ano firmado entre Donald Trump e Xi Jinping.
- Novo Nordisk sob impacto do Ozempic. A companhia cortou pela quarta vez neste ano suas projeções de receita e lucro, após resultados trimestrais terem vindo abaixo do esperado e queda nas vendas dos medicamentos Wegovy e Ozempic. As ações, que já perderam metade do valor em 2025, oscilaram após o anúncio.
- Elétricos rende frutos para a BMW. A demanda pelo novo SUV elétrico iX3, da BMW, ficou acima do esperado, com impulso de pedidos da Europa. A montadora busca recuperar espaço na China, onde enfrenta forte concorrência de marcas locais como BYD e Xiaomi.
🔘 As bolsas ontem (04/11): Dow Jones Industrials (-0,55%), S&P 500 (-1,17%), Nasdaq Composite (-2,04%), Stoxx 600 (-0,30%), Ibovespa (+0,17%)
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-- Com informações da Bloomberg News.
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