Ações globais operam em alta com expectativa por novos acordos comerciais

“A euforia que está se formando vem claramente das expectativas de um acordo comercial entre Europa e EUA”, disse Karen Georges, gestora de fundos de ações da Ecofi, em Paris

NO RADAR DOS MERCADOS
24 de Julho, 2025 | 06:48 AM

Bloomberg — As ações globais voltaram a operar em alta nesta quinta-feira (24), impulsionadas por sinais de que os EUA podem fechar novos acordos comerciais em breve, após selarem um pacto com o Japão.

Um índice que acompanha ações ao redor do mundo atingiu um novo recorde histórico. O Stoxx 600 da Europa avançou 0,7%, apoiado por uma leva de balanços positivos e notícias de que os EUA estão próximos de um acordo com a União Europeia que estabeleceria uma tarifa de 15% para a maioria dos produtos.

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Os futuros do S&P 500 mostraram pouca variação, enquanto os títulos do Tesouro dos EUA de 10 anos caíram pelo segundo dia consecutivo.

A redução das tensões comerciais globais trouxe alívio aos investidores, amenizando os temores de uma guerra comercial prolongada e impulsionando os ganhos nos mercados internacionais.

Operadores passaram a apostar que Washington adotará uma postura mais pragmática antes que as tarifas afetem de forma significativa os lucros corporativos.

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“A euforia que está se formando vem claramente das expectativas de um acordo comercial entre Europa e EUA”, disse Karen Georges, gestora de fundos de ações da Ecofi, em Paris.

“Vindo apenas um dia após o acordo com o Japão, isso está alimentando o apetite por risco.”

Mais tarde nesta quinta-feira, o Banco Central Europeu deve manter as taxas de juros inalteradas pela primeira vez em mais de um ano, enquanto aguarda mais clareza sobre o impacto das tarifas comerciais impostas pelo presidente Donald Trump na inflação.

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É um dos dias mais movimentados da temporada de balanços na Europa. As ações do Deutsche Bank subiram 6% após o banco superar as expectativas de lucro, enquanto os papéis do BNP Paribas avançaram 3% após a divulgação de resultados acima do previsto.

A gigante de luxo LVMH deve divulgar seus números após o fechamento dos mercados.

Nos EUA, os futuros do Nasdaq 100 subiam 0,2% depois que a Alphabet superou as projeções de receita e lucro, impulsionada pela demanda por produtos de inteligência artificial. Já as ações da Tesla caíram nas negociações pós-mercado após a empresa registrar a maior queda de receita em pelo menos uma década.

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Negociações tarifárias

Outros países também estão em discussões para fechar acordos comerciais. Os EUA e a Coreia do Sul conversam sobre a criação de um fundo para investir em projetos americanos como parte de um pacto comercial, nos moldes do acordo firmado com o Japão na terça-feira, segundo fontes familiarizadas com o assunto.

Enquanto isso, delegações dos EUA e da China devem se reunir em Estocolmo na próxima semana para a terceira rodada de negociações comerciais.

Veja a seguir outros destaques desta manhã de quinta-feira (24 de julho):

- Negociações comerciais entre Brasil e EUA. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que a Casa Branca tem restringido o diálogo sobre as tarifas de 50% a técnicos do Tesouro, sem retorno oficial ou envolvimento do secretário americano. Ele lamentou não ter recebido resposta dos EUA às duas cartas que enviou.

- Suplementos sob avaliação na Nestlé. O novo CEO, Laurent Freixe, iniciou uma revisão estratégica do portfólio de vitaminas e suplementos após queda nos volumes e desempenho abaixo do esperado. A empresa avalia vender marcas como Nature’s Bounty e focar em produtos premium. As ações caíram 5% nesta quinta-feira.

- Tarifas pressionam Nokia. O lucro ajustado da empresa caiu 29% no segundo trimestre, pressionado por tarifas, dólar fraco e menor demanda por redes 5G. A companhia reduziu sua previsão de lucro para 2025, citando desafios no setor e perda de contratos para a rival Ericsson. As ações acumulam queda de 12% no ano.

Ações globais 24/07/25
🔘 As bolsas ontem (23/07): Dow Jones Industrials (+0,40%), S&P 500 (+0,06%), Nasdaq Composite (-0,39%), Stoxx 600 (-0,41%), Ibovespa (-0,10%)

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-- Com informações da Bloomberg News.

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Naiara Albuquerque

Formada em jornalismo pela Fáculdade Cásper Líbero, tem mestrado em Ciências da Comunicação pela Unisinos, e acumula passagens por veículos como Valor Econômico, Capricho, Nexo Jornal e Exame. Na Bloomberg Línea Brasil, é editora-assistente especializada na cobertura de agronegócios.