Ações europeias avançam ante balanços; petróleo sobe 5% após sanções dos EUA à Rússia

Sanções de Trump à Rússia impulsionam o petróleo, enquanto balanços corporativos seguem no radar dos investidores

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Bloomberg — As ações europeias operam em alta nesta quinta-feira (23) enquanto os investidores acompanham a divulgação dos balanços corporativos. O petróleo bruto saltou para o maior patamar em duas semanas depois que o presidente Donald Trump impôs sanções aos maiores produtores da Rússia.

O índice Stoxx Europe 600 registrou leve alta, com as ações do setor de energia subindo mais de 2%. A Nokia Oyj disparou 10% após o lucro do terceiro trimestre superar amplamente as estimativas dos analistas, impulsionado pela demanda por inteligência artificial e serviços em nuvem.

A Kering, dona da Gucci, também avançou depois de divulgar vendas melhores do que o esperado. Já a empresa de software Dassault Systèmes SE e a operadora de jogos Evolution AB despencaram após resultados decepcionantes.

Os futuros do S&P 500 e do Nasdaq 100 tiveram pouca variação. A Tesla Inc. caiu nas negociações de pré-mercado depois de reportar lucro abaixo das estimativas, apesar do aumento nas vendas.

A International Business Machines Corp. (IBM) e a Molina Healthcare também recuaram após resultados fracos. Entre as empresas que divulgarão resultados nesta quinta-feira estão T-Mobile USA, Blackstone e Intel.

O Brent disparou mais de 4%, sendo negociado acima de US$ 65 por barril, depois que os EUA colocaram na lista negra as gigantes estatais russas Rosneft PJSC e Lukoil PJSC, citando a falta de comprometimento de Moscou com a paz na Ucrânia. Executivos de refinarias na Índia, um dos principais compradores de petróleo russo, afirmaram que as restrições devem interromper o fluxo de fornecimento.

O ouro se estabilizou após dois dias de fortes quedas, enquanto as novas ameaças comerciais do governo Trump reacenderam tensões nas relações entre EUA e China.

A Rússia tem sido o maior fornecedor de petróleo da Índia desde 2023, e Nova Délhi pode agora voltar a buscar suprimentos no Oriente Médio.

Os resultados corporativos até agora têm sido amplamente positivos, ajudando a sustentar as ações, mesmo com temores macroeconômicos injetando cautela nos mercados globais.

O governo Trump afirmou que estuda impor restrições às exportações de software para a China, o que pode agravar novamente a disputa comercial. Investidores também apostam em mais um corte de juros pelo Federal Reserve ainda este mês, enquanto aguardam os dados de inflação de setembro, adiados e com divulgação prevista para sexta-feira.

“Por causa das tensões comerciais, havia uma narrativa de cautela antes da temporada de resultados do terceiro trimestre, e isso agora diminuiu, dada a força dos números”, disse Nina Stanojevic, especialista em investimentos da St James Place.

“As pessoas estavam observando esta temporada para ver se haveria algum reflexo das tarifas comerciais, mas o mercado parece ter absorvido isso bem até agora.”

Veja a seguir outros destaques desta manhã de quinta-feira (23 de outubro):

- Tesla sob pressão. O lucro da montadora caiu 31% no terceiro trimestre, apesar das vendas recordes. O aumento dos custos operacionais e das tarifas pressionou os resultados. Analistas consultados pela Bloomberg News projetam que a Tesla registre o segundo ano consecutivo de queda nas entregas de veículos.

- Mineirais críticos na agenda dos EUA. A agência de financiamento ao desenvolvimento do governo dos Estados Unidos (DFC) criou um fundo para investir em minerais críticos, em parceria com a Orion e o fundo soberano ADQ, de Abu Dhabi. O capital inicial do projeto é de US$ 1,8 bilhão, com potencial de chegar a US$ 5 bilhões.

- O salto da Beyond Meat. As ações da fabricante de produtos à base de plantas dispararam 1.300% em quatro dias, após o anúncio de que seus itens serão vendidos em mais de 2.000 lojas do Walmart. Segundo dados da S3 Partners LLC, as perdas dos investidores em posição vendida ultrapassaram US$ 120 milhões.

🔘 As bolsas ontem (22/10): Dow Jones Industrials (-0,71%), S&P 500 (-0,53%), Nasdaq Composite (-0,93%), Stoxx 600 (-0,18%), Ibovespa (+0,55%)

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-- Com informações da Bloomberg News.

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