Bloomberg — O presidente dos EUA, Donald Trump, disse que os EUA enviarão mais armas para a Ucrânia e ameaçou a Rússia com “tarifas secundárias” de 100%, a menos que o país liderado por Vladimir Putin concorde com um cessar-fogo em 50 dias.
O ultimato sinaliza a crescente impaciência do presidente americano com a campanha militar intensificada de Moscou.
Trump disse que os EUA estavam enviando “armas de primeira linha” durante uma reunião nesta segunda-feira (14) com o secretário-geral da Otan, Mark Rutte. Ele esclareceu posteriormente que elas incluiriam baterias de mísseis Patriot.
O presidente disse que as nações da Otan pagarão pelas armas a serem enviadas à Ucrânia.
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“Não estamos comprando, mas vamos fabricá-las, e eles vão pagar por elas”, disse Trump.
Ele também disse que os EUA imporão tarifas “secundárias” de 100% se Moscou não concordar com um acordo de paz com Kiev até o início de setembro.
Embora ele não tenha dado detalhes, as ameaças ecoam a punição explicitada em um projeto de lei bipartidário no Congresso para impor tarifas de 500% aos países que comprassem petróleo e gás russos.
Trump saudou a medida como uma grande mudança de rumo, pois pretende pressionar o presidente russo Vladimir Putin a pôr fim às hostilidades.
Mas os detalhes da decisão também refletem as prioridades de Trump: não custará nada aos EUA e Trump não está destinando nenhum novo financiamento dos EUA à Ucrânia, pelo menos por enquanto.
“Estou desapontado com o presidente Putin porque pensei que teríamos um acordo há dois meses, mas parece que não chegamos lá”, disse Trump.
A Casa Branca não explicou imediatamente como Trump imaginou o funcionamento do programa de tarifas secundárias, embora o presidente dos EUA tenha sugerido anteriormente que as taxas atingiriam os países que compram petróleo russo.
Os preços futuros do petróleo caíram para as mínimas da sessão, com queda de mais de 1%, depois que Trump fez a ameaça.
Os comentários do presidente nas últimas semanas deixam claro que sua paciência está se esgotando com Putin.
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Trump direcionou a maior parte de sua ira ao presidente ucraniano Volodymyr Zelenskiy durante os primeiros meses de seu mandato, mas ficou cada vez mais frustrado com o fato de Putin ainda recusar suas exigências de um cessar-fogo.
Rutte disse que a Otan coordenaria com os aliados para atender às necessidades de armas da Ucrânia, incluindo equipamentos de defesa aérea, mísseis e munição.
De acordo com Rutte, a Alemanha desempenhará um papel importante, juntamente com a Finlândia, a Dinamarca, a Suécia, a Noruega, a Holanda e o Canadá.
Ele acrescentou que o acordo permitirá que os aliados enviem armas para a Ucrânia mais rapidamente, com os EUA posteriormente reforçando os suprimentos dos aliados. Rutte disse que o acordo seria “apenas a primeira onda” e que mais coisas estavam por vir.
“Mais uma vez, os europeus estão dando um passo à frente”, disse Rutte, que acrescentou que Putin deveria “levar as negociações sobre a Ucrânia mais a sério”.
-- Com a colaboração de Kate Sullivan.
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