Maersk: rota para evitar Mar Vermelho tomará até 20% da capacidade de transporte

Conflito na região já reduziu as travessias pelo canal de Suez em cerca de 80%, e a empresa estima que a situação possa durar até a segunda metade de 2024

Maersk disse na semana passada que espera que o conflito dure pelo menos até o segundo semestre do ano
Por Christian Wienberg
06 de Maio, 2024 | 04:23 PM

Bloomberg — A Moller-Maersk espera que o setor de transporte marítimo utilize de 15% a 20% de sua capacidade de navios da Ásia para a Europa navegando ao sul da África para evitar o Mar Vermelho neste trimestre.

Os efeitos do conflito na região “estão se ampliando”, disse a empresa de transporte marítimo com sede em Copenhague aos clientes em um comunicado nesta segunda-feira (6), ecoando os comentários que fez em seu balanço trimestral na semana passada.

As linhas de abastecimento do mundo têm sido afetadas desde meados de novembro passado por ataques militantes Houthis no Mar Vermelho, que interromperam o trânsito de contêineres por meio da importante hidrovia do Canal de Suez em cerca de 80%, segundo estimativas da Bloomberg Intelligence.

A Maersk, que foi vítima de ataques antes de redirecionar toda a sua frota em janeiro, disse na semana passada que espera que o conflito dure pelo menos até o segundo semestre do ano, e possivelmente todo o ano de 2024.

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As taxas de frete de contêineres para embarques da China para o Mediterrâneo oriental subiram 3% na semana passada, o maior aumento desde meados de janeiro, indicando que a escassez de capacidade pode se arrastar mais do que o esperado.

A Maersk disse a seus clientes na segunda-feira que está usando cerca de 40% mais combustível por viagem ao navegar ao sul da África e que as taxas de afretamento estão atualmente três vezes mais altas do que o normal, muitas vezes fixadas por até cinco anos.

A gigante do transporte marítimo também alugou mais de 125.000 contêineres adicionais para facilitar as restrições logísticas, disse ela.

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