Bloomberg — O governo dos Estados Unidos anunciou que vai cancelar o visto do presidente colombiano Gustavo Petro por supostamente incitar a violência e pedir que os soldados americanos desafiassem ordens.
“Revogaremos o visto de Petro devido a suas ações imprudentes e incendiárias”, disse o Departamento de Estado dos EUA em um post no X.
Petro apareceu nas ruas da cidade de Nova York em protestos contra o conflito na Palestina, e pediu aos soldados americanos que desobedecessem ao presidente Donald Trump, de acordo com imagens divulgadas pelo gabinete presidencial colombiano.
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O governo da Colômbia não respondeu imediatamente a uma mensagem com pedido de comentários.
A ação marca uma escalada nas tensões entre os dois países desde que o presidente Donald Trump “descertificou” a Colômbia neste mês na luta dos Estados Unidos contra o tráfico de drogas.
A “conduta de Petro levou a Colômbia ao isolamento internacional, colocando em sério risco seu relacionamento com um aliado estratégico”, disse Mario Carvajal, analista político da consultoria IDDEA.
“No entanto, Petro parece menos preocupado com os interesses de longo prazo do país do que com a engenharia de confrontos que reforçam sua retórica antissistema e, de uma forma ou de outra, garantem a ele um certo grau de proeminência internacional.”
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O líder colombiano tem sido um dos críticos mais severos contra a guerra na Palestina e rompeu relações diplomáticas com Israel. Ele acusou o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu de ser “genocida” e proibiu as exportações para o país.
Em seu discurso na Assembleia Geral das Nações Unidas, Petro lançou uma onda de críticas contra os EUA que incluía dizer que a guerra contra as drogas havia fracassado, pediu investigações sobre Trump por operações no Caribe que supostamente atacavam traficantes de drogas e condenando o apoio dos Estados Unidos à ofensiva de Israel na Palestina.
A retirada da certificação da Colômbia como parceira no esforço de combate ao tráfico de drogas coloca o aliado de longa data dos EUA na mesma categoria da Venezuela, Bolívia, Afeganistão e Mianmar.
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A decisão foi tomada em meio ao maior boom de cocaína da história, com a maior parte da crescente produção mundial originada na Colômbia.
A Colômbia realizará eleições presidenciais no próximo ano e muitos investidores esperam que o país mude para a direita e introduza políticas mais favoráveis ao mercado.
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