Economia dos EUA mostra crescimento ‘modesto’ desde janeiro, diz Livro Bege, do Fed

Relatório sobre a situação econômica dos EUA relatou ainda uma melhora da inflação e um mercado de trabalho menos apertado

Edição mais recente do relatório utiliza informações coletadas até 26 de fevereiro
Por Christopher Condon
06 de Março, 2024 | 05:21 PM

Bloomberg — A economia dos Estados Unidos tem crescido a um ritmo modesto desde o início do ano, enquanto os consumidores mostraram maior sensibilidade aos preços em alta, disse o Federal Reserve no documento “Livro Bege”, considerado um termômetro da economia americana.

“A atividade econômica aumentou ligeiramente, de forma geral, desde o início de janeiro, com oito distritos relatando crescimento leve a moderado na atividade, três outros relatando nenhuma mudança e um distrito observando um ligeiro enfraquecimento”, destaca o relatório divulgado nesta quarta-feira (6).

“O consumo das famílias, especialmente de bens de varejo, diminuiu nas últimas semanas”, mostrou o documento. “As empresas tiveram mais dificuldade para repassar os custos mais altos para seus clientes, que ficaram cada vez mais sensíveis às mudanças de preço.”

Além disso, os custos de materiais para muitos fabricantes e empresas de construção diminuíram nas últimas semanas.

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A mais recente edição do Livro Bege foi compilada pelo Federal Reserve Bank de San Francisco utilizando informações coletadas até 26 de fevereiro. O relatório inclui histórias e comentários sobre as condições econômicas em cada um dos 12 distritos do Fed.

Mercado de Trabalho

No período analisado, o emprego na maioria dos distritos continuou a aumentar, mas em um ritmo modesto.

“No geral, a escassez no mercado de trabalho diminuiu ainda mais, com quase todos os distritos destacando alguma melhora na disponibilidade de mão-de-obra e retenção de funcionários”, destaca o texto.

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Muitos economistas esperam que o mercado de trabalho desaqueça este ano, uma perspectiva apoiada pela crescente lista de grandes empresas que anunciaram demissões nas últimas semanas.

No entanto, o relatório de empregos de janeiro do Departamento de Trabalho foi surpreendente, mostrando que os empregadores fizeram o maior aumento nas folhas de pagamento em um ano.

O Livro Bege destacou ainda várias informações sobre salários crescendo em um ritmo mais lento. Custos trabalhistas mais contidos provavelmente irão reduzir ainda mais as pressões inflacionárias que aumentaram inesperadamente no início deste ano.

As medidas de preços ao consumidor e de preços ao produtor aumentaram em janeiro após desacelerarem por vários meses, adiando as expectativas dos investidores sobre quando o banco central começará a reduzir as taxas de juros. Os investidores agora antecipam o primeiro corte em junho.

Mais cedo, nesta quarta-feira, o presidente do Fed, Jerome Powell, disse aos legisladores que o banco central dos EUA não tem pressa para diminuir as taxas até que os membros do BC americano estejam convencidos de que a inflação está voltando à sua meta.

“Se a economia evoluir como esperado, provavelmente será apropriado começar a reduzir a restrição de política em algum momento deste ano. No entanto, o panorama econômico é incerto e o progresso contínuo em direção à nossa meta de inflação de 2% não é garantido”, disse Powell.

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