Bloomberg — O México e Brasil se ofereceram para mediar um diálogo entre os Estados Unidos e a Venezuela, à medida que o bloqueio imposto pelo presidente Donald Trump a navios petroleiros eleva a tensão entre os dois países.
“Podemos sempre atuar como um ponto de negociação, se as partes quiserem”, disse a presidente do México, Claudia Sheinbaum, nesta quarta-feira (17), durante sua entrevista coletiva diária. “Eles teriam de nos propor isso e, se não, teriam de buscar mediadores que possam ajudar a evitar qualquer conflito na região.”
Horas depois, o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, também se ofereceu para atuar como mediador.
“Disse ao Trump que, se ele tiver interesse em conversar com a Venezuela de forma adequada, podemos ajudar”, afirmou Lula, em uma reunião ministerial transmitida pela televisão. “Estou preocupado com a América Latina. Estou preocupado com as ações do presidente Trump em relação à América Latina, com as ameaças.”
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Na terça-feira, Trump ordenou um bloqueio a navios-tanque sancionados que entram e saem de portos venezuelanos, aumentando a pressão sobre o governo de Nicolás Maduro, enquanto os Estados Unidos reforçam sua presença militar na região.
“A Venezuela está completamente cercada pela maior armada já reunida na história da América do Sul”, escreveu Trump nas redes sociais na terça-feira. “Ela só vai crescer, e o choque para eles será como nada que já tenham visto antes.”
Sheinbaum também afirmou que as Nações Unidas precisam ajudar a buscar uma solução pacífica para a disputa. Ela disse que não falou com Maduro.
Bloqueios voltados contra governos tendem, em vez disso, a prejudicar a população civil, disse Sheinbaum, citando como exemplo a política dos Estados Unidos em relação a Cuba.
Na semana passada, os EUA apreenderam um navio petroleiro sancionado próximo da costa venezuelana. O Pentágono também realizou dezenas de ataques contra embarcações supostamente ligadas ao tráfico de drogas em águas próximas à Venezuela e à Colômbia, enquanto Trump sugeriu que os Estados Unidos também poderiam atacar alvos em terra.
-- Com a colaboração de Carolina Millan e Daniel Carvalho.
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