Banco Mundial destina US$ 70 bi à África após redução de ajuda dos EUA

O investimento faz parte de um pacote de US$ 100 bilhões do Banco Mundial destinado às nações mais pobres do mundo, do qual cerca de 70% serão direcionados à África

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Bloomberg — A África receberá 70% dos US$ 100 bilhões que um braço do Banco Mundial mobilizou para fornecer financiamento de baixo custo às nações mais pobres do mundo, o que pode ajudar a mitigar o impacto da queda na ajuda externa, disse um dos executivos da instituição.

“Deixamos muito claro que o banco continua fortemente comprometido com a África”, disse o diretor sênior do banco, Axel van Trotsenburg, em uma entrevista à Bloomberg News em Adis Abeba, capital da Etiópia.

Dados preliminares divulgados em abril pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) mostram que a ajuda oficial ao desenvolvimento fornecida ao continente pelas nações que compõem seu comitê de ajuda caiu 1%, para US$ 42 bilhões no ano passado.

Uma queda adicional é prevista depois que o presidente Donald Trump cortou o financiamento dos Estados Unidos para muitos programas de ajuda e as nações europeias direcionaram mais dinheiro para a defesa.

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A Associação Internacional de Desenvolvimento (IDA, na sigla em inglês) do Banco Mundial destinou US$ 290 bilhões para projetos de fomento na última década, com a África sendo a maior beneficiária.

Embora os países tenham se comprometido com US$ 24 bilhões para o reabastecimento dos fundos da associação no ano passado, o que teria permitido alavancar um total de US$ 100 bilhões em financiamento, alguns doadores desde então reduziram suas promessas de contribuição.

“Quase 45% de todos os nossos recursos estão indo para a África”, disse ele. “Mais de 70% dos empréstimos concessionais irão para a África.”

O Banco Mundial, por meio de sua unidade da Corporação Financeira Internacional (IFC), também busca securitizar empréstimos para aumentar sua capacidade de crédito, com um acordo inicial de US$ 510 milhões fechado no mês passado.

Além disso, a instituição pretende aproveitar o sucesso da operação de troca de dívida por desenvolvimento (debt-for-development swap) realizada no ano passado na Costa do Marfim, segundo Van Trotsenburg.

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