Bloomberg — Um ataque cibernético a um importante fornecedor de sistemas de check-in e embarque de companhias aéreas prejudicou as viagens nos principais aeroportos europeus, o que forçou equipes lovcais a processar os passageiros manualmente e provocou atrasos e cancelamentos.
O Aeroporto de Bruxelas disse que o ataque ocorreu no final da sexta-feira (19) e afetou diferentes hubs em todo o continente. E aconselhou os passageiros a confirmarem o status do voo com suas companhias aéreas antes de se dirigirem ao aeroporto e a reservarem um tempo extra para o check-in.
Neste sábado (20), a Collins Aerospace confirmou que uma “interrupção relacionada à cibernética” em seu software MUSE causa atrasos em alguns aeroportos.
Leia mais: Ataque cibernético se tornou risco mais temido por empresas, diz Allianz Commercial
O MUSE - abreviação de Multi-Use System Environment - possibilita o check-in eletrônico, o embarque e a entrega de bagagens para companhias aéreas e aeroportos.
A interrupção impede que os passageiros usem quiosques ou sistemas de bagagem de autoatendimento, mas as companhias aéreas ainda podem processar os viajantes manualmente em balcões com funcionários.
“Estamos trabalhando ativamente para resolver o problema e restaurar a funcionalidade total para nossos clientes o mais rápido possível”, disse a empresa em um comunicado.
Até o momento, o impacto nos voos tem sido limitado.
De acordo com o provedor de dados de aviação Cirium, 16 partidas e 13 chegadas foram canceladas no sábado nos aeroportos de Heathrow, em Londres, de Berlim Brandenburg e de Bruxelas.
Quase metade desses cancelamentos ocorreu em Heathrow, que teve sete voos de partida e cinco de chegada cancelados de 651 serviços programados. Bruxelas tinha 228 partidas programadas para o dia, e Berlim, 226.
Ainda assim, a interrupção é o mais recente lembrete de como a aviação global é dependente de poucos fornecedores de tecnologia e de como uma única falha pode se espalhar por alguns dos hubs mais movimentados da Europa, deixar viajantes presos e pressionar companhias aéreas que já operam com horários apertados.
Não está claro quem é o responsável pelo ataque de sábado e nenhuma organização ainda reivindicou a responsabilidade.
“No momento, os detalhes sobre a natureza do ataque são escassos, mas o impacto ressalta a natureza frágil e interdependente do ecossistema digital que sustenta as viagens aéreas”, disse Rafe Pilling, diretor de inteligência de ameaças da empresa de segurança cibernética Sophos, sediada no Reino Unido, que pertence à Thoma Bravo.
“A ameaça é significativa e muito real.”
-- Com a colaboração de Yi Wei Wong, Siddharth Philip e Jordan Robertson.
Veja mais em bloomberg.com
©2025 Bloomberg L.P.