Bloomberg — As contratações nos EUA desaceleraram, e atingiram o ritmo mais lento em dois anos, já que setores como o de serviços empresariais, educação e saúde eliminaram postos de trabalho, apontando para uma demanda mais fraca por trabalhadores.
As folhas de pagamento do setor privado aumentaram em 37.000 no mês passado, de acordo com a ADP Research, abaixo de todas as estimativas de um levantamento feito pela Bloomberg News com economistas. Esse foi o segundo mês consecutivo em que os números ficaram bem abaixo das expectativas.
“Após um forte início de ano, as contratações estão perdendo força”, disse Nela Richardson, economista-chefe da ADP, em um comunicado na quarta-feira.
Os números sugerem que os últimos dois meses de grande ansiedade em torno das políticas econômicas em constante mudança do presidente Donald Trump pesaram sobre as decisões de contratação de pessoal das empresas.
As contratações diminuíram e as pessoas que estão desempregadas estão demorando mais para encontrar um novo emprego. Os economistas preveem que o mercado de trabalho mostrará mais sinais de esfriamento nos próximos meses.
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O comércio, o transporte e a indústria também perderam empregos em maio, segundo os dados, enquanto o lazer e a hospitalidade, bem como as atividades financeiras, aumentaram as contratações.
O Nordeste foi a região que mais perdeu empregos e, por tamanho de empresa, pequenas e grandes companhias cortaram suas folhas de pagamento.
Os futuros de ações e os rendimentos do Tesouro caíram após a divulgação do levantamento.
Nas mídias sociais, Trump reiterou que o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, deveria reduzir as taxas de juros, após o relatório da ADP.
Richardson, da ADP, observou que, embora as contratações tenham diminuído, os ganhos salariais permaneceram robustos. Os trabalhadores que mudaram de emprego tiveram um aumento de 7% no salário, enquanto os que permaneceram no emprego tiveram um ganho de 4,5%.
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O relatório da ADP, publicado em colaboração com o Stanford Digital Economy Lab, baseia suas conclusões em folhas de pagamento que abrangem mais de 25 milhões de funcionários do setor privado dos EUA.
A maioria dos consumidores em uma pesquisa da Universidade de Michigan continua a prever que as condições de negócios irão piorar no próximo ano e que o desemprego irá aumentar.
As autoridades do Fed disseram que estão esperando para ver mais dados sobre o impacto das políticas comerciais antes de ajustar as taxas de juros, mas reconheceram que as tarifas poderiam levar a uma inflação mais alta e a um crescimento mais lento.
A expectativa é que o relatório de emprego de maio do governo, o ‘payroll’, a ser divulgado na sexta-feira, mostre que o crescimento das folhas de pagamento não agrícolas diminuiu em relação ao sólido ritmo de contratações de abril e que a taxa de desemprego permaneceu estável.
--Com a ajuda de Nazmul Ahasan.
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