Bloomberg Línea — A apresentação da estrela americana Lady Gaga na cidade do Rio de Janeiro na noite de sábado (3) será um dos grandes eventos do mercado de entretenimento no Brasil neste ano.
O cachê pela apresentação não foi revelado nem pela prefeitura do Rio de Janeiro nem pelos organizadores - a Bonus Track de Luiz Oscar Niemeyer -, os principais patrocinadores - a Ambev com sua marca Corona e o Santander - e a equipe da cantora.
Projeções não oficiais levam em conta referências divulgadas ao longo dos últimos anos, como a sua temporada permanente em Las Vegas entre o fim de 2018 e meados de 2024 - chamada de “Enigma + Jazz & Piano”, com intervalo de quase dois anos em razão da pandemia.
Quando a temporada anunciada em 2017, a estimativa apontava para uma receita na casa de US$ 75 milhões para 74 shows, ou praticamente US$ 1 milhão por show, segundo o jornal britânico The Guardian.
Em 2022, Lady Gaga realizou 20 apresentações do Chromatica Ball Tour: as receitas brutas chegaram a US$ 112,4 milhões, o que indicou uma receita média por show de US$ 5,6 milhões, com impulso da demanda no início do pós-pandemia.
Daqui a dois meses e meio, Lady Gaga dá início ao Mayhem Ball Tour, que prevê 57 apresentações até dezembro em cidades da América do Norte, da Europa e da Oceania. Segundo a Billboard, as receitas podem superar US$ 100 milhões - o que apontaria para valores médios por show da ordem de US$ 1,75 milhão.
Leia mais: De Taylor Swift a Lady Gaga: shows dão impulso ao consumo em Singapura
É importante esclarecer que nem toda a receita vai para o bolso da cantora, ao mesmo tempo em que existem custos que podem ou não estar cobertos nessa conta. Mas os dados acima citados ajudam a dimensionar o seu cachê.
Niemeyer, um veterano da produção de shows no Brasil, disse que 90% dos custos envolvidos na organização da apresentação de Lady Gaga em Copacabana são provenientes de empresas privadas, e o restante, pelo poder público, segundo o Valor Econômico. Mas não abriu valores.
O profissional esteve à frente de outros shows igualmente históricos na praia de Copacabana, como o de Madonna em 2024 e o dos Rolling Stones em 2006. Em ambos os casos, também houve entrada gratuita e público estimado na casa de 1,5 milhão a 1,6 milhão de pessoas, sem contar a audiência na TV.
Segundo a Rolling Stone Brasil, citando fontes não identificadas, o custo do show estaria na casa de R$ 90 milhões.
O show deve proporcionar à economia local, por outro lado, cerca de R$ 600 milhões em receitas, segundo estimativas da prefeitura da cidade.
O show gratuito acontece neste sábado (3) à noite, dentro do feriado prolongado do Dia do Trabalhador (1). São esperados cerca de 1,6 milhão de pessoas nas areias da Praia de Copacabana, na altura do Belmond Copacabana Palace.
Leia mais: Com Taylor Swift e ‘Wicked’, Universal supera estimativas com receita de US$ 3,7 bi
Do público estimado, 240 mil devem ser turistas, dos quais 80% estrangeiros. As estimativas fazem parte do estudo Potenciais Impactos Econômicos do Show da Lady Gaga no Rio – 2025, divulgado na sexta-feira passada (11).
O levantamento foi elaborado pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e a Riotur, empresa de promoção do turismo.
A pesquisa aponta que o turista estrangeiro deve gastar em média R$ 590,40 por dia, e o turista brasileiro, R$ 515,84.
O morador do Rio, que não precisa pagar por hospedagem, gastará R$ 133,60 diariamente, segundo o estudo.
O show da popstar acontece em um sábado de feriado prolongado, o que significa a permanência de turistas por mais dias na cidade.
A prefeitura do Rio de Janeiro estima que turistas estrangeiros passarão quatro dias na cidade, em média; os brasileiros, três dias.
A movimentação econômica deve superar em 27,5% o impacto estimado de R$ 469,4 milhões gerado pela cantora Madonna, que se apresentou no mesmo local em 4 de maio do ano passado.
Na ocasião, a prefeitura disse que o público foi também de 1,6 milhão de pessoas.
A promessa da prefeitura é que, pelo menos até 2028, será realizado um grande show gratuito em Copacabana por ano nos meses de maio, como parte do projeto “Todo Mundo no Rio”.
- Com informações da Agência Brasil.
