Para Bill Gates, investir em saúde é essencial para conter as mudanças climáticas

Em entrevista à Bloomberg News em Davos, Suíça, fundador da Microsoft e filantropo defende que melhoria da saúde pública em países pobres deverá estabilizar crescimento populacional

Bill Gates, filantropo
Por Francine Lacqua - Mark Bergen
16 de Janeiro, 2024 | 12:52 PM

Bloomberg — Bill Gates acredita que uma maneira fundamental de combater as mudanças climáticas é melhorar o acesso aos cuidados de saúde em países em desenvolvimento, uma área com a qual o bilionário filantropo se preocupa que os governos estejam negligenciando.

“A saúde global está um pouco fora do radar agora”, disse ele nesta terça-feira (16) em entrevista na Bloomberg House em Davos. “Pelos próximos dez anos, nos quais o dinheiro será limitado, se você se preocupa com o impacto climático, os gastos com saúde devem aumentar, não diminuir.”

Nesta segunda-feira, a Fundação Bill e Melinda Gates, que ele copreside, anunciou planos de gastar US$ 8,6 bilhões em tecnologia e programas de saúde até 2024, o maior orçamento já destinado à organização sem fins lucrativos.

Isso inclui esforços para desenvolver novas vacinas e obter suprimentos baratos para combater a malária, a poliomielite e as mortes maternas.

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Gates pediu para que os países doassem 0,7% do seu Produto Interno Bruto (PIB) em ajuda humanitária.

Os investimentos em saúde não têm apenas benefícios humanitários, mas também se traduzem em ganhos econômicos e ambientais, disse Gates.

“Ao tornarmos o mundo saudável, é aí que a taxa de crescimento populacional se estabiliza.”

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Além da saúde, Gates tem feito aportes em empresas de tecnologia climática por meio de seu fundo Breakthrough Energy Ventures.

Ele disse estar “otimista” sobre o estado do financiamento climático, um campo que, na sua visão, será “potencializado” pela inteligência artificial.

“Empresas podem ajudar com a visibilidade, com a inovação. Há muito que elas podem fazer”, disse Gates.

“Mas com os US$ 130 bilhões de ajuda financeira fornecidos não conseguiremos fazer com que o setor privado ou mesmo a filantropia preencham as lacunas. Os números simplesmente não fecham.”

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