Bloomberg — O Supremo Tribunal Federal formou maioria pela manutenção da prisão de Jair Bolsonaro.
Três membros do painel que supervisiona o caso de Bolsonaro votaram na segunda-feira para confirmar a ordem do Ministro Alexandre de Moraes para prender preventivamente o ex-presidente, que foi detido na manhã de sábado em meio a temores de que ele planejava fugir para uma embaixada estrangeira depois de adulterar seu monitor de tornozelo ordenado pelo tribunal. A votação ainda está em andamento.
Bolsonaro foi condenado em setembro por planejar uma tentativa de golpe após sua derrota nas eleições de 2022 para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e estava em prisão domiciliar desde agosto.
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O ex-presidente, que deve começar a cumprir sua pena nas próximas semanas, foi transferido para uma cela especial na sede da Polícia Federal em Brasília.
No sábado, as autoridades brasileiras publicaram um vídeo no qual Bolsonaro disse que havia levado um ferro de solda ao monitor de tornozelo por “curiosidade”.
Ele disse em uma audiência de custódia no domingo que havia mexido no dispositivo durante um ataque de “paranoia” induzido por medicamentos, de acordo com um processo judicial.
O ex-presidente disse que teve alucinações de que havia um dispositivo de escuta dentro do monitor de tornozelo. Seus advogados recorreram da ordem de prisão de Moraes no final do dia.
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Na semana passada, a equipe de defesa solicitou que Bolsonaro, de 70 anos, pudesse cumprir sua pena em prisão domiciliar devido à sua idade avançada e saúde frágil, incluindo um diagnóstico recente de câncer de pele.
Moraes negou esse pedido em uma decisão separada no sábado. A equipe de defesa ainda pode recorrer.
O episódio será levado em conta na decisão final do tribunal sobre se ele pode permanecer em prisão domiciliar, embora sua idade e saúde também sejam levadas em consideração, de acordo com uma pessoa familiarizada com o pensamento dos juízes que pediu anonimato.
Bolsonaro sofreu uma rápida queda política desde que subiu do congresso brasileiro para a presidência em uma onda de sentimento anti-establishment há sete anos.
Sua prisão complicou ainda mais a busca por um sucessor para desafiar Lula na eleição presidencial de 2026 e ocorreu em um momento em que o líder esquerdista está em alta politicamente, depois de ganhar um grande alívio das tarifas dos EUA que Donald Trump impôs ao Brasil em uma tentativa de ajudar Bolsonaro a evitar seus problemas legais.
O processo contra Bolsonaro teve origem em uma investigação sobre a tentativa de insurreição de 8 de janeiro de 2023 em Brasília, quando milhares de seus apoiadores invadiram prédios federais enquanto pediam aos militares que destituíssem Lula uma semana após sua posse.
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