PIB do Brasil cresce 0,4% no 2º tri, acima do esperado, mas perde fôlego com juros

Alta do PIB é sustentada por serviços e indústria, enquanto mercado acompanha efeitos das tarifas de Trump e cenário eleitoral; em um ano, avanço foi de 2,2%

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Bloomberg — A economia do Brasil registrou uma expansão modesta no segundo trimestre com base nos serviços e na indústria, um movimento que mostra uma desaceleração em relação ao início do ano, à medida que as altas taxas de juros afetam o crescimento.

Os dados oficiais divulgados nesta terça-feira (2) mostraram que o produto interno bruto cresceu 0,4% no período de abril a junho em relação ao trimestre anterior, um pouco acima da estimativa mediana de 0,3% dos analistas em uma pesquisa da Bloomberg.

Em relação a um ano atrás, a economia cresceu 2,2%.

O avanço ocorreu no momento em que o banco central mantém a Selic de referência no maior patamar em quase duas décadas, de 15%, para controlar as pressões persistentes sobre os preços.

Os baixos níveis recordes de desemprego, bem como os gastos robustos do governo, ajudaram a sustentar a demanda do consumidor em um momento em que a inflação está presa acima da meta e a ansiedade aumenta com a guerra comercial do presidente dos EUA, Donald Trump.

A leitura do PIB do segundo trimestre foi feita antes de Trump impor tarifas de 50% sobre muitos produtos brasileiros enviados para os EUA.

Ainda assim, não se espera que as taxas causem grandes danos à economia como um todo, em parte devido às centenas de exceções de exportação criadas pelas autoridades dos EUA.

Os investidores observam atentamente como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva lidará com os sinais mais recentes de enfraquecimento do crescimento, como as quedas nas vendas no varejo, combinados com o que se espera que seja uma dura luta pela reeleição no próximo ano.

--Com a ajuda de Giovanna Serafim e Robert Jameson.

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