Lula tem aprovação de 51% e lidera todos os cenários para 2026, aponta AtlasIntel

Presidente tem recuperado a popularidade desde que atingiu o seu ponto mais baixo em maço, de acordo com a LatAm Pulse, pesquisa realizada pela AtlasIntel para a Bloomberg News; Lula também ampliou a vantagem contra Tarcísio de Freitas nos cenários hipotéticos para a eleição

Por

Bloomberg — O presidente Luiz Inácio Lula da Silva surfa uma onda positiva de aprovação, mantendo a ponta em todos os cenários para as eleições presidenciais em 2026 e se tornando o presidente mais popular da América do Sul, impulsionado pela situação com Donald Trump e o apoio do eleitorado às suas propostas de combate à desigualdade com a elevação de impostos sobre os ricos.

O índice de aprovação de Lula ficou em torno de 51% em outubro, seis pontos a mais do que quando atingiu o ponto mais baixo de sua presidência em março, de acordo com a LatAm Pulse, pesquisa realizada pela AtlasIntel para a Bloomberg News e publicada na sexta-feira (24).

A desaprovação ao petista se manteve estável em 48%, queda de mais de cinco pontos em relação ao mesmo período.

Leia também: Lula confirma que disputará reeleição em 2026 durante viagem à Indonésia

Os indicadores de aprovação estão muito distantes dos índices de aprovação que Lula alcançou em sua presidência anterior, há mais de uma década, quando quase 90% dos brasileiros diziam que ele havia feito um bom trabalho.

Mas o petista viu uma reviravolta brusca desde que teve um enfrentamento público com Trump sobre as tarifas impostas pelos EUA aos produtos brasileiros — uma disputa que deu lugar à melhora das relações entre os dois presidentes nas últimas semanas. Isso contrasta fortemente com a sorte de seus rivais mais proeminentes da região, principalmente o vizinho Javier Milei, presidente da Argentina.

A desaprovação ao líder libertário argentino atingiu 56% em outubro, em meio à desvalorização do peso argentino, enquanto apenas 40% agora aprovam seu presidente, segundo a AtlasIntel.

No Equador, o índice de aprovação do presidente Daniel Noboa caiu para menos de 50% após o aumento do preço do diesel, mostrou uma pesquisa divulgada no último fim de semana. E os companheiros de esquerda de Lula — o chileno Gabriel Boric e o colombiano Gustavo Petro — estão ambos afundados, com seus mandatos se aproximando do fim, segundo a AtlasIntel.

A menos de um ano para a eleição presidencial no Brasil, Lula agora intensifica a assistência do governo para reduzir a crescente desigualdade de renda no país. Ele já divulgou programas para subsidiar os custos de energia elétrica e gás de cozinha e agora vê o projeto de isenção do Imposto de Renda de salários até R$ 5.000, a principal proposta da sua agenda, avançar pelo Congresso.

As iniciativas são extremamente populares entre os brasileiros, dos quais 84% ​​consideram a isenção do pagamento do IR uma medida positiva, segundo a pesquisa.

Lula, que tem 79 anos, enquadrou a iniciativa como parte de uma batalha de longa data para combater a desigualdade e reduzir a pobreza no maior país da América Latina, e propôs aumentar os impostos sobre os brasileiros que mais ganham para financiar o auxílio aos trabalhadores brasileiros.

Essa iniciativa criou receios entre os investidores preocupados com a piora das contas públicas do Brasil. Mas está ajudando o petista a manter seus ganhos recentes: quase 63% dos brasileiros afirmam apoiar a tributação dos super-ricos para financiar programas de combate à pobreza, enquanto cerca de um terço é contra, de acordo com a sondagem.

Liderança sobre adversários

Lula, que confirmou esta semana que planeja concorrer à reeleição, também lidera atualmente todos os cenários hipotéticos contra potenciais oponentes para 2026, segundo a pesquisa.

Em eventual disputa de segundo turno, Lula ampliou a vantagem contra Tarcísio de Freitas. Em setembro, o petista tinha 50,6% contra 45,2% do governador de São Paulo, e, na pesquisa mais recente, marca 52% contra 44% de Tarcísio.

A AtlasIntel entrevistou 14.063 pessoas entre 15 e 19 de outubro. A pesquisa tem margem de erro de 1 ponto percentual e nível de confiança de 95%.

Veja mais em Bloomberg.com

Leia também

Política fiscal de Lula deve obrigar BC a manter Selic elevada, dizem ex-dirigentes

Contas externas voltam a ter déficit crescente e limitam espaço para a queda do dólar