Bloomberg — Os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump conversaram na manhã desta segunda-feira (6), no primeiro contato mais aprofundado que tiveram desde que o líder americano impôs tarifas de 50% a produtos do Brasil.
Lula pediu a Trump que removesse tarifas sobre produtos do país e sanções a altos funcionários. Os dois líderes concordaram em se reunir pessoalmente em breve, informou o governo brasileiro em um comunicado sobre a ligação telefônica de segunda-feira, que durou cerca de 30 minutos.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que os dois líderes tiveram uma conversa “positiva”. A Casa Branca não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.
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As relações entre EUA e o Brasil deterioraram-se acentuadamente nos últimos meses, depois de Trump ter imposto taxas comerciais a muitos produtos brasileiros e sanções sobre um juiz do Supremo Tribunal Federal em uma tentativa de impedir o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, que foi condenado por tentativa de golpe em setembro.
Mas surgiram sinais de um potencial esfriamento das tensões após uma encontro que durou segundos na Assembleia Geral das Nações Unidas em Nova York no mês passado, quando Trump disse que ele e Lula tinham “boa química” e haviam discutido uma reunião para avaliar suas diferenças.
Autoridades americanas e do Brasil começaram a trabalhar para organizar um encontro presencial entre os dois presidentes, e o governo do Brasil viu uma reunião de nações do Sudeste Asiático na Malásia no final de outubro como um local ideal para o possível encontro.
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Os canais de alto nível também foram reabertos. O vice-presidente, Geraldo Alckmin, retomou as negociações com o Secretário de Comércio, Howard Lutnick, na semana passada, enquanto Haddad deve se reunir com o Secretário do Tesouro, Scott Bessent, em Washington no final deste mês.
O Brasil pretende usar as negociações para resolver o que considera mal-entendidos sobre comércio e outras questões entre os dois governos.
Um ponto central de discórdia é o quadro legal para as empresas de mídia social americana que operam no país, especialmente após a suspensão temporária do X de Elon Musk pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no ano passado.
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O setor privado brasileiro uniu esforços para melhorar o diálogo entre os dois países, com empresas líderes e grupos industriais convidados a fornecer informações sobre seus setores.
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