Jair Bolsonaro é diagnosticado com câncer de pele dias após condenação no STF

O ex-presidente teve oito lesões de pele removidas no domingo (14), e uma biópsia encontrou carcinomas de risco intermediário em duas delas - uma no peito e outra no braço

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Bloomberg — O ex-presidente Jair Bolsonaro foi diagnosticado com câncer de pele, disse seu médico na quarta-feira (17). A anúncio aumenta os problemas de saúde e legais enfrentados pelo líder de direita do país poucos dias depois de ter sido condenado por planejar um golpe de Estado.

Bolsonaro teve oito lesões de pele removidas no domingo (14), de acordo com Claudio Birolini, o médico que trata o ex-presidente. Uma biópsia encontrou carcinoma de células escamosas em duas delas - uma no peito e outra no braço.

“Não é o tipo de tumor mais benigno, nem o mais agressivo. É intermediário”, disse Birolini a jornalistas. “É um tipo de câncer de pele que pode ter consequências mais sérias.”

As lesões foram encontradas em um estágio inicial e, por enquanto, apenas o monitoramento médico periódico será necessário, disse ele.

Na semana passada, Bolsonaro se tornou o primeiro ex-presidente do Brasil a ser condenado à prisão por tentativa de golpe de Estado.

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Ele foi hospitalizado na terça-feira (16) com soluços, vômitos e pressão arterial baixa. Os médicos do hospital também descobriram que ele estava desidratado, o que prejudicou a capacidade de funcionamento de seus rins.

O ex-presidente passou a noite no hospital e, após melhorar, recebeu alta no início da tarde de quarta-feira. Ele voltou para sua casa em Brasília, onde está em prisão domiciliar desde o início de agosto.

Birolini disse que os soluços de Bolsonaro não têm causa definida, e acrescentou que não poderia determinar se eles estão relacionados à facada que ele sofreu durante um comício de campanha em 2018.

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Bolsonaro foi condenado a 27 anos e três meses de prisão em 11 de setembro.

Ele só começará a cumprir a pena depois que sua defesa entrar com um recurso. Espera-se que seus advogados citem a saúde frágil do líder de direita em seu pedido para que a sentença de prisão de Bolsonaro seja convertida em prisão domiciliar.

Enquanto isso, os aliados de Bolsonaro no Congresso pressionam por um projeto de lei de anistia que, pelo menos, reduziria a duração de sua pena de prisão.

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