Bolsonaro é alvo de operação da PF por suposto envolvimento em tentativa de golpe

Ex-presidente da República tem 24 horas para entregar o seu passaporte; operação faz parte de investigação sobre alegado plano para reverter resultado das eleições de 2022

Jair Bolsonaro
Por Andrew Rosati - Simone Iglesias
08 de Fevereiro, 2024 | 01:31 PM

Bloomberg — O ex-presidente Jair Bolsonaro precisa entregar seu passaporte à Polícia Federal em 24 horas depois que se tornou um dos alvos em uma ampla operação contra uma suposta organização criminosa que teria tentado reverter o resultado das eleições de 2022 no Brasil.

As medidas foram autorizadas pelo ministro Alexandre de Morais, do Supremo Tribunal Federal.

Policiais federais fizeram quatro prisões na manhã desta quinta-feira (8), executando também 33 mandados contra suspeitos que buscaram disseminar desconfiança no sistema eletrônico de votação do Brasil e planejaram reverter os resultados da votação, na qual o líder conservador perdeu por uma margem estreita para o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A diferença foi de 2,1 milhões de votos, o equivalente a 1,8 ponto percentual dos votos válidos.

As investigações envolveram aliados e membros do círculo interno do ex-presidente Jair Bolsonaro, que nega qualquer envolvimento.

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Embora Bolsonaro não tenha sido preso, ele seguirá as ordens judiciais para entregar seu passaporte às autoridades e se abster de entrar em contato com aqueles que estão sendo investigados, disse seu porta-voz, Fabio Wajngarten, em comunicado publicado nas redes sociais.

Após a vitória de Lula, os supostos conspiradores tentaram um “golpe de Estado, com o apoio de pessoal militar com conhecimento e táticas de forças especiais”, afirmou a polícia em comunicado.

As operações policiais marcaram uma escalada significativa nos esforços do governo para reprimir os responsáveis pelos ataques aos 3 Poderes da República em 8 de janeiro do ano passado, quando milhares de apoiadores de Bolsonaro invadiram e saquearam o Congresso, o Supremo Tribunal Federal e o Palácio do Planalto, sede do governo federal, alegando que a eleição havia sido roubada.

Em junho de 2023, Bolsonaro foi declarado inelegível pelo Tribunal Superior Eleitoral até 2030 ao ser declarado culpado pela maioria dos ministros das acusações de abuso de poder político nas eleições de 2022. Na ocasião, o ex-presidente disse que iria recorrer da decisão.

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