Bloomberg — O secretário de Agricultura dos Estados Unidos, Tom Vilsack, sugeriu que a China pode estar favorecendo as remessas de milho e soja do Brasil, em parte como retaliação contra as recentes restrições à propriedade de terras agrícolas americanas.
Vilsack disse que o ministro de agricultura da China recentemente mencionou a ele a decisão do estado de Arkansas de forçar a empresa de sementes Syngenta, controlada pela chinesa Sinochem, a vender 65 hectares de terras agrícolas.
A medida – a primeira de uma lei sancionada pela governadora republicana Sarah Huckabee Sanders que proíbe que entidades estrangeiras possuam terras agrícolas no Arkansas – faz parte de um conjunto de decisões que levou o país rejeitar os produtos agrícolas dos EUA, disse Vilsack.
“Tivemos um déficit comercial de US$ 6 bilhões no primeiro trimestre deste exercício fiscal; as compras da China estão US$ 6 bilhões abaixo do nível de um ano atrás”, disse Vilsack em entrevista. “Por que será? É apenas o Brasil, ou houve um motivo para o ministro da Agricultura da China me indagar sobre a Syngenta?”
“Por que isso foi mencionado?”, perguntou Vilsack. “Foi um sinal”.
A reportagem procurou a embaixada chinesa em Washington na terça-feira (9) por e-mail, mas não houve resposta. O Ministério do Comércio e o Ministério da Agricultura e Assuntos Rurais da China não responderam a pedidos de comentários.
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Vilsack disse que os EUA precisam diversificar e trabalhar com outros países da Ásia, África e América Latina. Mesmo assim, ele afirmou que os EUA gostariam de poder continuar a fazer negócios com a China.
“Acho que o que precisamos ter neste país é uma conversa um pouco mais complexa sobre a China”, disse ele. “Ao mesmo tempo, precisamos diversificar, nos afastando da dependência excessiva.”
Com a redução das compras da China, o Brasil ultrapassou os EUA como maior exportador de milho do mundo, depois de já ter feito o mesmo com a soja.
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