Mau tempo afeta safras e traz de volta ameaça de inflação global de alimentos

Secas, geadas e temporais em importantes regiões agrícolas aumentam o risco de oferta apertada e custo mais alto de commodities como trigo e café

Plantação de trigo
Por Keira Wright
24 de Maio, 2024 | 09:21 AM

Bloomberg — O mau tempo que ameaça safras em várias partes do mundo já levou o índice de commodities agrícolas da Bloomberg a apagar a queda de 2024 e trouxe de volta o temor de uma nova alta global dos preços de alimentos.

Secas, geadas e temporais em importantes regiões agrícolas mundiais aumentam o risco de oferta apertada e custo mais alto de commodities como trigo e café.

O índice Bloomberg Agriculture Spot já subiu quase 9% em três meses e caminha para o maior ganho semanal desde julho do ano passado.

Leia mais: Dívidas das 10 maiores recuperações judiciais do agro somam R$ 5 bilhões

PUBLICIDADE

Embora o indicador continue longe de seu pico de 2022, a alta das commodities agrícolas pode se converter em custos mais elevados ao consumidor de todo o tipo de produtos alimentares e bebidas.

As mudanças climáticas e as tensões geopolíticas devem manter os preços elevados, segundo Paul Bloxham, economista-chefe para commodities globais do HSBC.

Gráfico: preços das commodities sobem

Os futuros de trigo em Chicago são negociados perto do nível mais alto desde julho de 2023, devido ao mau tempo em grandes países produtores como Rússia e Austrália.

A deterioração das perspectivas para a safra na Rússia, o maior exportador da commodity, deve levar a novas revisões para baixo nas próximas semanas, diz Dennis Voznesenski, diretor associado de economia agrícola e sustentável do Commonwealth Bank of Australia.

A cotação do suco de laranja em Nova York caminha para fechar em nível recorde, em meio a uma onda de calor que arrasa a safra brasileira, enquanto o café arábica sobe pela terceira semana seguida.

O Brasil é o maior produtor das duas commodities.

Na Ásia, problemas climáticos também elevaram o preço de referência do arroz para perto de uma máxima de 15 anos.

Veja mais em bloomberg.com