Nubank mira público que vai além de expatriados nos EUA, diz Cris Junqueira

‘Isso [a entrada nos EUA] tem a possibilidade de repercutir até mesmo em um público americano muito mais amplo, além da comunidade da América Latina’, disse a cofundadora no evento Women, Money & Power, da Bloomberg, em Londres

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Bloomberg — O Nubank (NU) vê na expansão planejada para os EUA uma oportunidade de alcançar não apenas os clientes da região mas também um público mais amplo.

“Inicialmente, é bastante óbvio que nossos primeiros clientes serão os primeiros a adotar”, disse Cristina Junqueira, cofundadora e Chief Growth Officer do banco digital, em um painel do evento Women, Money & Power, da Bloomberg, em Londres, nesta quarta-feira (1).

“Acho que isso [a entrada nos EUA] tem a possibilidade de repercutir até mesmo em um público americano muito mais amplo, além da comunidade da América Latina.”

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A empresa com sede em São Paulo disse na terça-feira (30) que solicitou um alvará de banco nacional para seus negócios nos EUA, onde Junqueira será a diretora executiva (CEO).

A fintech disse que poderá oferecer produtos como contas de depósito, cartões de crédito e custódia de ativos digitais assim que a licença for concedida.

O Nubank vê o mercado norte-americano como uma oportunidade “enorme”, disse Junqueira, já que alguns estados dos EUA têm economias maiores até mesmo que a do Brasil, que atualmente é o maior mercado da empresa.

Mas a executiva disse que o processo de licenciamento leva tempo e que o Nubank está em busca de uma oportunidade de longo prazo nos EUA.

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O Nubank contratou vários executivos de tecnologia dos EUA neste ano.

Na semana passada, nomeou Michael Rihani, ex-diretor de produtos da Coinbase, como seu novo diretor de criptografia. Em agosto, contratou Eric Young, da Snap, para atuar como Chief Technology Officer (CTO).

O banco é atualmente a empresa financeira de capital aberto mais valiosa da América Latina, depois de disputar a posição com o Itau, do Brasil, este ano.

“Esse é um bom passo inicial na expansão do mercado endereçável, considerando o tamanho do mercado norte-americano”, disse Gustavo Schroden, analista do Citigroup, em uma nota na terça-feira.

“Entretanto, para os investidores, a principal preocupação é a possibilidade de a administração perder o foco.”

Junqueira disse que o Nubank não vai deixar de lado as oportunidades de crescimento em seus mercados atuais, incluindo o Brasil, que ainda é sua única operação lucrativa.

“Há muito espaço para quase dobrarmos nossa receita, mesmo com a base de clientes atual apenas amadurecendo”, disse ela.

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A cofundadora do Nubank também disse que a empresa ainda não vê muito impacto da intensificação da concorrência na América Latina de rivais como Mercado Livre e Revolut.

“Claro, há mais concorrência”, disse Junqueira. “Isso é ótimo, os clientes têm mais opções, mas não estamos vendo isso impactar nosso crescimento até agora.”

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