A Global Petrol Prices, uma entidade que monitora o custo dos combustíveis em diferentes países do mundo, calcula que o preço médio da gasolina no planeta é de cerca de US$ 4,80 por galão (Octanagem-95), com uma diferença significativa entre os países da América Latina.
Na região, países como Venezuela e Bolívia mantêm um forte componente de subsídios que impactam diretamente os preços finais da gasolina para o consumidor.
“O principal determinante global dos preços da gasolina continua sendo a oferta de petróleo bruto, por isso o componente geopolítico — como estamos vendo agora com o conflito entre Israel e Irã — é muito relevante”, disse à Bloomberg Línea o analista financeiro Gregorio Gandini.
“Além disso, a capacidade de cada país de refinar gasolina localmente determina o quanto ele está sujeito aos preços internacionais.”
Leia também: Fim da era 100% a gasolina? Toyota venderá RAV4 apenas como híbrido nos EUA
Segundo a Global Petrol Prices, com dados até 9 de junho de 2025, a gasolina mais barata da América Latina está na Venezuela, embora o governo esteja preparando um aumento de 50% nos preços dos combustíveis nos postos.
A Bloomberg havia informado que a petroleira estatal Petróleos de Venezuela SA planeja aplicar um reajuste no preço da gasolina de US$ 0,25 por litro para US$ 0,75, em todos os estados do país, segundo três fontes com conhecimento do assunto.
A Venezuela se prepara para uma gasolina mais cara diante da queda na arrecadação após a Chevron (CVX) e outras empresas de petróleo dos EUA suspenderem suas operações no país.
Embora a Venezuela tenha um dos preços mais baixos por galão na região, a Global Petrol Prices ressalta que “durante períodos de escassez de combustível, há um mercado negro de gasolina com preços que podem superar amplamente os níveis médios internacionais”.
Leia também: Petrobras vai investir em etanol para fazer frente à queda do consumo de gasolina
Além disso, o preço subsidiado só se aplica aos primeiros 120 litros mensais e apenas para pessoas com o Carnet de la Patria. “As compras que ultrapassam os 120 litros por mês são cobradas a US$ 0,50 por litro”, segundo a Global Petrol Prices.
Depois da Venezuela, o país com a gasolina mais barata na região é a Bolívia (US$ 2,050), conforme dados da Global Petrol Prices reunidos a partir de fontes oficiais do governo, agências reguladoras, empresas petrolíferas e principais meios de comunicação.
No caso da Bolívia, os baixos preços decorrem de décadas de subsídios estatais que mantêm valores artificialmente baixos, segundo Luis Fernando Romero Torrejón, presidente do Colégio Departamental de Economistas de Tarija.
Romero calcula que, ao câmbio oficial, o litro da gasolina equivale a cerca de US$ 0,54, mas ao câmbio paralelo o valor cai para US$ 0,23.
Segundo dados do Colégio Departamental de Economistas de Tarija, o subsídio aos combustíveis custou à Bolívia cerca de US$ 2,381 bilhões em 2024. Para 2025, o orçamento destinado a essa política chega a US$ 2,9 bilhões.
Além disso, estima-se que o país precise de entre US$ 7 milhões e US$ 8 milhões por dia para a importação de combustíveis, segundo Romero.
“É um cenário bastante complexo e difícil, que só se mantém por meio de um subsídio estatal que é o câncer da economia nacional”, disse o economista.
Depois desses dois países, os preços da gasolina por galão na região são:
- Equador (US$ 2,464)
- Paraguai (US$ 3,021)
- Guiana (US$ 3,074)
- Porto Rico (US$ 3,411)
- Panamá (US$ 3,462)
- Colômbia (US$ 3,762)
- El Salvador (US$ 3,827)
- Honduras (US$ 3,839)
Em seguida, um grupo com valores médios:
- Guatemala (US$ 4,066)
- Argentina (US$ 4,115)
- Brasil (US$ 4,254)
- Haiti (US$ 4,273)
- Jamaica (US$ 4,590)
- Peru (US$ 4,605)
E, por fim, os países com os preços mais altos da região:
- República Dominicana (US$ 4,888)
- Cuba (US$ 4,901)
- México (US$ 5,038)
- Nicarágua (US$ 5,043)
- Chile (US$ 5,085)
- Costa Rica (US$ 5,156)
- Uruguai (US$ 7,154)