Bloomberg — A Stellantis está chegando ao fim de sua complicada busca por um novo diretor executivo, o seu próximo CEO. E o atual chefe para as Américas, Antonio Filosa, emerge como o principal candidato, de acordo com pessoas familiarizadas com o assunto ouvidas pela Bloomberg News.
A fabricante de utilitários esportivos Jeep, picapes Ram e hatchbacks Fiat se aproxima de uma decisão final, disseram as fontes, que pediram para não serem identificadas porque as deliberações são privadas.
A situação continua fluida e o conselho de administração liderado pelo presidente John Elkann pode acabar escolhendo alguém que não seja Filosa, disseram as pessoas.
Leia também: Era das incertezas: Mercedes e Stellantis suspendem projeções e citam tarifas
Inicialmente, a Stellantis disse aos investidores, quando o CEO Carlos Tavares foi demitido em dezembro passado, que seu conselho nomearia um novo CEO no primeiro semestre deste ano.
Cinco meses depois, aumenta a preocupação dentro da empresa de que uma seleção precisa ser feita porque a tomada de decisões foi paralisada sem um executivo de alto nível permanente, disseram pessoas familiarizadas com a situação.
Um porta-voz da Stellantis disse que nenhuma decisão foi tomada e que o prazo para a nomeação do novo CEO não foi alterado. Filosa não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.
Filosa, natural de Nápoles, Itália, iniciou sua carreira na Fiat em 1999. Ele ingressou no grupo de alta administração da Fiat Chrysler em 2018 e faz parte da equipe executiva sênior da Stellantis desde a formação da empresa em 2021. Atuou como COO e presidente para a América do Sul e para o Brasil.
Depois foi nomeado CEO global da Jeep em setembro de 2023, função que passou a exercer dois meses depois.
Ele assumiu o cargo de diretor de operações da América do Norte em outubro passado, como parte de uma mudança mais ampla nos últimos dias do mandato de Tavares.
Leia também: Investidores da Stellantis contestam remuneração de € 23,1 mi do ex-CEO Carlos Tavares
Uma das principais prioridades do próximo CEO da Stellantis será conter a onda negativa nos Estados Unidos, onde as vendas caíram 15% no ano passado e 12% no primeiro trimestre deste ano.
Conseguir uma reviravolta será complicado porque o presidente Donald Trump introduziu tarifas que aumentaram os custos e interromperam as cadeias de suprimentos.
A montadora também luta contra o excesso de capacidade de produção na Europa, onde as vendas em todo o setor estão estagnadas, já que os fabricantes chineses, liderados pela BYD, avançam pelo mercado.
Leia mais: Fitch rebaixa rating da Stellantis e cita pressão de custos com tarifas de Trump
A Stellantis alertou em fevereiro que esperava que a lucratividade permanecesse fraca neste ano, prevendo uma margem de lucro operacional ajustada de um dígito médio. Isso estava muito longe dos retornos de dois dígitos que a Stellantis projetava no início de 2024.
A empresa suspendeu seu guidance na semana passada, citando incertezas relacionadas a tarifas.
Um protegido do falecido chefe da Fiat Chrysler, Sergio Marchionne, Filosa tem visitado fábricas nos EUA e se reunido com revendedores para reparar as relações que se deterioraram durante o governo de Tavares.
Da mesma forma, Elkann procurou tranquilizar os principais “eleitores”, incluindo o presidente francês Emmanuel Macron, sobre o futuro da fabricante da Peugeot e da Citroën no final do ano passado.
Veja mais em bloomberg.com
Leia também
Não vamos parar aí, diz CEO da Stellantis após investir em cobre na Argentina
