Família dona da Chanel recebe US$ 12,4 bilhões em dividendos e eleva fortuna em 19%

Soma da distribuição de lucros dos últimos três anos contribuiu para aumentar o patrimônio líquido da família a US$ 108 bilhões

Chanel
Por Tara Patel
06 de Junho, 2024 | 04:35 PM

Bloomberg — A família bilionária por trás da Chanel terá embolsado US$ 12,4 bilhões em pagamentos provenientes dos lucros da marca de luxo nos últimos três anos, contribuindo para um aumento maciço de sua riqueza pessoal e sustentando os esforços para diversificar os negócios para além da moda.

A holding dona da Chanel, sediada nas Ilhas Cayman, receberá um dividendo de US$ 5,7 bilhões para 2023, o maior pagamento anual desde que o fabricante de conjuntos de tweed e bolsas de aba acolchoada começou a divulgar resultados financeiros em Londres, há seis anos. Isso se soma aos dividendos de US$ 1,7 bilhão do ano anterior e aos US$ 5 bilhões de 2021, segundo os registros.

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O ganho inesperado contribuiu para um aumento de 19% no patrimônio líquido do clã no ano passado, para US$ 108 bilhões, e um aumento de cerca de 26% desde que o dividendo de 2021 foi pago, de acordo com o Bloomberg Billionaires Index.

Os irmãos Alain, 75 anos, e Gerard Wertheimer, 72 anos, que costumam evitar a imprensa, têm fatias iguais da empresa de capital fechado, herdada como netos de um dos sócios originais da operação de perfumes de Gabrielle “Coco” Chanel.

Os Wertheimers fazem parte de um grupo de cidadãos franceses ultrarricos cujas fortunas em produtos de luxo e cosméticos aumentaram muito nos últimos anos, à medida que os consumidores esbanjam em bolsas e perfumes caros.

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Entre eles estão Bernard Arnault, fundador da LVMH e a pessoa mais rica do mundo, a herdeira da L’Oreal, Françoise Bettencourt Meyers, que é a mulher mais rica, e a família por trás da fabricante de bolsas Hermes International.

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Os dividendos mais recentes pagos aos Wertheimers coincidem com uma desaceleração do setor de luxo para algumas marcas nos últimos meses.

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A Chanel está entre as empresas que resistiram até agora à queda na demanda — as receitas aumentaram 16% no ano passado, chegando a quase US$ 20 bilhões.

O diretor financeiro Philippe Blondiaux disse que este ano poderá marcar a realização de “investimentos mais significativos em imóveis”.

Ao mesmo tempo, o family office dos Wertheimers, a Mousse Partners, tem usado os recursos para investir em setores fora do setor de luxo.

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No ano passado, a empresa chefiada pelo meio-irmão Charles Heilbronn estava entre um trio das dinastias mais ricas da França para adquirir e fechar o capital do banco de investimentos Rothschild & Co.

A Mousse Partners também investiu em uma ampla gama de startups, incluindo a Brightside Health, a empresa de publicidade digital Brandtech Group, a empresa de biotecnologia Evolved by Nature e a prestadora de serviços de saúde Thirty Madison, de acordo com os registros.

Os Wertheimers se beneficiam da forma como seu império está estruturado geograficamente. As Ilhas Cayman não impõem impostos sobre dividendos para empresas locais, enquanto o Reino Unido, onde a Chanel está sediada, normalmente não cobra impostos retidos na fonte sobre dividendos pagos de uma empresa britânica a outra no exterior.

A Chanel anunciou esta semana a saída da diretora artística Virginie Viard, 62 anos, que estava na grife há três décadas e assumiu o cargo quando Karl Lagerfeld morreu em 2019.

-- Com a colaboração de Angelina Rascouet, Andrew Heathcote e Jack Witzig.

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