Arm, empresa de chip do SoftBank, pode ter Intel como investidor-âncora em IPO

Empresa britânica pode levantar até US$ 10 bilhões no que seria a oferta inicial de ações do ano; entrada da Intel representaria mudança de estratégia da gigante de chips

A empresa sediada no Reino Unido tenta convencer outras empresas a participarem da oferta, que poderia levantar até US$10 bilhões.
Por Liana Baker - Swetha Gopinath - Ian King
13 de Junho, 2023 | 06:08 AM

Bloomberg — A Arm, empresa de design de chips que pertence ao SoftBank, negocia com potenciais investidores estratégicos, incluindo a Intel (INTC), para ancorar o que poderá ser uma das maiores ofertas públicas iniciais do ano (IPO, na sigla em inglês), segundo fontes consultadas pela Bloomberg News.

A empresa sediada no Reino Unido tenta convencer outras empresas a participarem da oferta, que poderia levantar até US$ 10 bilhões. As conversas estão em estágios iniciais e não há garantia de que se concretizem de fato, segundo essas fontes. Representantes da Intel e da Arm não quiseram comentar.

As ações do SoftBank subiram até 7,7% em Tóquio nesta terça-feira (13).

Os US$ 10 bilhões que a Arm pretende levantar seriam obtidos em uma listagem em Nova York no fim deste ano, tendo a empresa rejeitado repetidos apelos do primeiros-ministro do Reino Unido para atrair a gigante da tecnologia local de volta à Bolsa de Londres, em que já foi negociada.

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A busca por valuations mais elevados e de uma base de investidores mais profunda nos EUA acabou conquistando a Arm, que deverá ser listada na Nasdaq.

Criação de impulso

Trazer um investidor-âncora pode ajudar a despertar o interesse e o ímpeto de um IPO, especialmente em um mercado difícil para novas listagens. Se as negociações forem bem-sucedidas, a Intel acabará entrando no prospecto do IPO da Arm antes da listagem.

Investidores-âncora que compram ações no valor de US$ 100 milhões a US$ 200 milhões têm sido populares em IPOs relacionados a semicondutores nos últimos anos. A General Atlantic investiu cerca de US$ 100 milhões na IPO da Mobileye Global, apoiada pela Intel, no ano passado, enquanto a Qualcomm apoiou a listagem da GlobalFoundries em 2021.

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Uma parte importante do esforço do CEO da Intel, Pat Gelsinger, para devolver a empresa ao auge da indústria de semicondutores é um plano para abrir suas fábricas para outras empresas, até mesmo rivais. Para ter sucesso na concorrência com a Taiwan Semiconductor Manufacturing Co. (TSMC) na produção terceirizada, a Intel terá de produzir chips que contenham a tecnologia amplamente utilizada da Arm.

As duas empresas já anunciaram um acordo técnico. Os projetos da Arm e o conjunto de instruções padrão do setor são usados em tudo, desde os chips de rede da Broadcom até os processadores da Apple (AAPL) nos iPhones e nos Macs e os onipresentes chips da Qualcomm para telefones celulares.

Ao assumir uma posição na Arm, cuja tecnologia permitiu a concorrência direta com os processadores da Intel, Gelsinger pode estar tentando demonstrar seu compromisso com a Arm e com a adoção dessa abertura. Ao longo de seus mais de 50 anos de história, as fábricas da Intel trabalharam quase que exclusivamente em seus próprios projetos.

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