Índices futuros da Ásia indicam abertura em queda com dívida dos EUA no radar

O avanço nas negociações do teto da dívida dos EUA não eliminou o risco de falta de acordo; Yellen diz que o departamento do Tesouro pode ficar sem dinheiro já em 1º de junho

Preocupações com as discussões sobre o teto da dívida dos EUA e a inflação dão o tom dos mercados
Por Brett Miller
14 de Maio, 2023 | 07:49 PM

Bloomberg — Os contratos futuros de ações dos Estados Unidos caíram e o dólar era negociado em faixas estreitas em relação aos principais pares, com os investidores avaliando sinais de progresso nas negociações para evitar um calote da dívida e pressão inflacionária persistente.

Grande parte da movimentação no início das negociações de segunda-feira (15) estava concentrada nas moedas de mercados emergentes. O baht, moeda da Tailândia, subiu quando os partidos pró-democracia obtiveram uma vitória retumbante nas eleições tailandesas, o rand, da África do Sul, se recuperou depois que o país se moveu para aliviar as tensões com os EUA e os investidores aguardavam a negociação da lira com a corrida presidencial da Turquia em jogo.

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O cenário para as ações asiáticas foi misto, com os futuros de Hong Kong em baixa, os do Japão em alta e os contratos de referência da Austrália marginalmente mais baixos.

Isso se seguiu à queda das ações e títulos em Wall Street na sexta-feira, quando os investidores perderam a fé de que uma pausa no ciclo de alta da taxa de juros do Federal Reserve era um fato. O S&P 500 encerrou a semana em queda de 0,3%, enquanto o Nasdaq 100 avançou 0,6%.

As preocupações com a inflação persistem, com uma pesquisa preliminar da Universidade de Michigan mostrando que os consumidores esperam que os preços subam a uma taxa anual de 3,2% nos próximos cinco a 10 anos, uma alta de 12 anos.

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É uma situação muito diferente na China, onde a pressão inflacionária está recuando, levantando especulações de que o banco central pode afrouxar a política monetária.

A Bloomberg Economics projeta um corte de 10 pontos-base na taxa de empréstimo de médio prazo na segunda-feira, enquanto outros analistas esperam que ela permaneça em 2,75%.

Enquanto isso, o avanço nas negociações do teto da dívida dos EUA não eliminou o risco de falta de acordo. A secretária do Tesouro, Janet Yellen, alertou que o departamento do Tesouro pode ficar sem dinheiro já em 1º de junho ou nas semanas seguintes.

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Comentários agressivos de autoridades do Fed aumentaram o desconforto entre os investidores. A inflação ainda está muito alta, disse o presidente do Fed de Chicago, Austan Goolsbee, em entrevista à PBS. “Você não quer pousar o avião de nariz para baixo. Então, estamos tentando nos equilibrar – podemos desacelerar a inflação sem levá-la a uma recessão.”

Os comentários de Goolsbee seguiram os da governadora do Fed, Michelle Bowman, que disse que o banco central americano provavelmente precisará aumentar ainda mais as taxas de juros se as pressões sobre os preços não esfriarem.

Os rendimentos dos títulos do Tesouro de dois anos, sensíveis à política monetária, subiram para 3,99% na sexta-feira, enquanto os de 10 anos subiram para 3,46%. Os rendimentos da dívida do governo da Nova Zelândia subiram ligeiramente na segunda-feira.

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O dólar registrou seu maior ganho semanal desde fevereiro, com os investidores adotando seu status de porto seguro. O bitcoin caiu abaixo de US$ 27.000 e permaneceu lá na segunda-feira.

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