Lucro da AB InBev, dona da Ambev, sobe 14% após reajuste de preços das cervejas

Resultado ficou acima do previsto por analistas e atingiu US$ 4,8 bilhões no primeiro trimestre; aumento das vendas de marcas premium também ajudou

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Bloomberg — O lucro ajustado da AB InBev (BUD) ficou acima das previsões e cresceu 14% no primeiro trimestre, atingindo US$ 4,8 bilhões. A receita com vendas da maior cervejaria do mundo foi 13% maior após a queda verificada no trimestre final de 2022, com destaque para o desempenho de suas cervejas premium.

A AB InBev, controladora da AmBev (ABEV3) no Brasil, manteve sua previsão para o Ebitda deste ano, que deve subir entre 4% a 8%. Os analistas esperam um crescimento de 7,5%.

Fabricantes de cerveja que abrangem marcas desde Heineken a Carlsberg aumentaram seus preços em 12% no período, repassando o aumento de custos com grãos, energia e o alumínio de suas latas. Excluindo o resultado da Argentina, onde existe hiperinflação, a receita com vendas cresceu 9,1%.

Nos Estados Unidos, a receita da empresa cresceu 4% devido aos preços mais altos das cervejas premium. As vendas para varejistas caíram 3%, abaixo dos níveis da indústria. O Ebitda naquele mercado ficou estável.

A empresa não comentou em seu comunicado o problema ocorrido em abril com sua marca Bud Light, que sofreu uma reação negativa nos Estados Unidos por causa de uma campanha publicitária com a influenciadora transgênero Dylan Mulvaney.

Segundo comentário do analista Edward Mundy, feito antes da divulgação dos resultados, a Bud Light responde por um terço do volume da empresa nos EUA e registrou uma queda de 11% nas vendas da primeira semana de abril e 21% na segunda semana.

Segundo Duncan Fox, analista de bens de consumo da Bloomberg Intelligence, o desempenho da empresa pode encontrar dificuldades nos próximos trimestres, quando a demanda nos mercados emergentes já terá sentido mais os efeitos da inflação. “A empresa pode precisar mudar seus planos de marketing para suas ofertas principais para manter seu guidance de lucro operacional de 4 a 8%.”

-- Com colaboração de Joel Leão)

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