Tiffany reabre na 5ª Avenida em NY como maior projeto da LVMH para ultra-ricos

Reforma de loja icônica custou centenas de milhares de dólares, segundo o CEO da marca de joias; espaço com 10 andares tem de galeria de arte a vários restaurantes

Alexandre Arnault, herdeiro da LVMH, a atriz e embaixadora da Tiffany, Gal Gadot, e Anthony Ledru, CEO da marca, (a partir da esquerda) na reinauguração da loja na Quinta Avenida, em Nova York (Bloomberg)
Por Angelina Rascouet - Jeannie Baumann
30 de Abril, 2023 | 06:17 PM

Bloomberg — Alexandre Arnault, filho da pessoa mais rica do mundo, Bernard Arnault, disse ao mundo que a principal loja da Tiffany & Co. na Quinta Avenida de Nova York está de volta.

O segundo filho mais velho do bilionário fundador da LVMH, controladora da Tiffany, recebeu convidados e jornalistas selecionados na última quarta-feira (26) para uma cerimônia de inauguração na loja reformada após três anos fechada. O público em geral teve acesso à loja a partir de sexta (28).

Antes da aquisição da LVMH, a unidade representava cerca de 10% das vendas da Tiffany. A nova administração espera que a fatia diminua em meio aos planos de expansão global.

Espalhada por 10 andares e ocupando cerca de 10.000 metros quadrados, a loja que é o carro-chefe da marca icônica de joiás passou por uma reforma completa do arquiteto Peter Marino, que já trabalhou em outros projetos com as marcas Moët Hennessy e Louis Vuitton.

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A loja ficou imortalizada no filme “Breakfast at Tiffany’s”, de 1961, com Audrey Hepburn, um clássico do cinema.

“É o maior projeto da LVMH no varejo”, disse Alexandre Arnault, 30 anos, que supervisiona produtos e comunicações da Tiffany, aos convidados durante a abertura. “Mais do que uma loja, é realmente um marco: é uma galeria de arte, é um espaço de exposições, são vários restaurantes, é um clube privado, é tudo ao mesmo tempo que colocamos sob o mesmo teto.”

Obras de arte de Jean-Michel Basquiat, Vic Muniz, Daniel Arsham e Julian Schnabel estão expostas por todo o espaço. Os compradores podem fazer uma pausa no Blue Box Cafe, supervisionado pelo famoso chef francês Daniel Boulud.

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Ainda mais do que antes, a loja atenderá a clientes ultra-ricos, com um espaço privado e dedicado no 10º andar, onde poderão fazer compras no que parece ser um apartamento com vista para o Central Park.

Diamantes de 106 e 80 quilates

As duas joias mais caras inicialmente à venda na loja são um diamante incolor de 106 quilates e um diamante Império impecável de 80 quilates, ambos originários de Botswana, disse Victoria Reynolds, a gemologista-chefe. Seus preços estão sob consulta, mas estão bem na casa dos milhões de dólares, acrescentou ela.

Embora a Tiffany tenha se recusado a revelar o preço exato da reforma, o CEO Anthony Ledru disse à Bloomberg News em uma entrevista na semana passada que a reforma custou centenas de milhões de dólares, mas ficou abaixo de US$ 1 bilhão. É o maior investimento que a LVMH já fez em uma única loja.

A aquisição da Tiffany pela LVMH, que foi concluída há mais de dois anos e custou cerca de US$ 16 bilhões, foi a maior da história da indústria do luxo.

“A LVMH claramente elevou a franquia em termos de investimento em imóveis e lojas”, disse Aurélie Husson-Dumoutier, analista do HSBC, antes da reinauguração.

A demanda por produtos de luxo de alta qualidade está desacelerando nos EUA, disse a LVMH no início de abril, ao relatar as vendas do primeiro trimestre. Mas a LVMH normalmente investe em marcas de longo prazo, acrescentou Husson-Dumoutier. O HSBC estima que o mercado de bens pessoais de luxo cresça 15% neste ano, ainda que nos EUA deva crescer menos, em torno de 7%.

Sob a posse da LVMH, a receita da Tiffany aumentou e a marca se tornou mais lucrativa, de acordo com estimativas do HSBC. A LVMH não divulga o desempenho financeiro de suas marcas - houses - individuais.

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A empresa revitalizou a marca em parte ao garantir que ela atraia um grupo mais amplo de compradores, com campanhas publicitárias chamativas, incluindo uma com Beyoncé e Jay-Z.

Reinauguração: de Anna Wintour a Gal Gadot

A marca Tiffany, antes de ser adquirida pela LVMH, era “cansada, sóbria, conservadora e empoeirada”, disse Milton Pedraza, chefe do Luxury Institute, uma empresa de consultoria. “Então, aqui vêm os Arnaults.” Eles elevaram uma “marca americana icônica”, disse ele.

Na quarta-feira, na abertura, Anna Wintour, a poderosa diretora de conteúdo da editora Vogue Condé Nast que inspirou o filme “O Diabo Veste Prada”, pôde ser vista conversando com Alexandre Arnault. A atriz Gal Gadot, que atua como embaixadora da marca Tiffany, também participou do evento. Bruna Marquezine, Helena Bordon e Lala Rudge estiveram presentes à inauguração entre brasileiras.

O filho mais velho de Bernard Arnault, Antoine Arnault, que supervisiona a imagem e as comunicações da LVMH, também esteve presente. O patriarca de Arnault – cuja fortuna agora é de cerca de US$ 209 bilhões, de acordo com o Bloomberg Billionaires Index – estava ausente. Todos os cinco filhos trabalham na empresa.

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