Amazon demite na AWS: nem a sua área mais lucrativa escapa dos cortes

Amazon está eliminando 27 mil cargos, principalmente corporativos, depois de uma onda de contratações durante a pandemia

Logo da Amazon Web Service (AWS)
Por Matt Day
26 de Abril, 2023 | 01:36 PM

Bloomberg — A Amazon (AMZN) começou a demitir funcionários em sua operação de serviços em nuvem em meio à desaceleração do crescimento das vendas em sua divisão mais lucrativa.

Funcionários da Amazon Web Services nos Estados Unidos, Canadá e Costa Rica que foram impactados pelos cortes foram notificados nesta quarta-feira (26) por meio de um e-mail do chefe da unidade.

A AWS gera a maior parte dos lucros da empresa, mas está experimentando um crescimento lento à medida que os clientes corporativos procuram cortar despesas.

Ao todo, a Amazon está eliminando 27.000 cargos, principalmente corporativos, depois que uma onda de contratações durante a pandemia deixou a empresa com muitas pessoas.

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Depois de encerrar uma rodada de cortes de empregos no início deste ano, que totalizou cerca de 18.000 trabalhadores, a Amazon anunciou outras 9.000 demissões em março, que o CEO Andy Jassy disse que afetaria a AWS, recursos humanos, publicidade e o serviço de transmissão ao vivo Twitch.

Cortes foram feitos nas últimas semanas em áreas como Twitch e o grupo de videogames da empresa.

“É um dia difícil em nossa companhia”, disse o chefe da AWS, Adam Selipsky, no e-mail analisado pela Bloomberg News.

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A AWS, como grande parte da Amazon, expandiu seu quadro de funcionários rapidamente à medida que a pandemia aumentou a demanda por serviços digitais.

“Dado esse rápido crescimento, bem como os negócios em geral e o clima macroeconômico, é fundamental que nos concentremos em identificar e colocar nossos recursos atrás de nossas principais prioridades – aquelas coisas que mais importam para os clientes e que subirão a barra para nossos negócios, disse Selipsky.

“Em muitos casos, isso significa que os membros da equipe estão mudando os projetos, iniciativas ou equipes em que trabalham; no entanto, em outros casos, isso resultou nessas eliminações de funções”.

Selipsky acrescentou que os cortes em regiões fora da América do Norte serão implementados seguindo processos locais, incluindo consultas com grupos de funcionários quando exigido por lei.

Reorganização

Algumas equipes relacionadas à AWS já haviam sido atingidas por demissões, incluindo recrutadores e membros do grupo de tecnologia de lojas físicas “Just Walk Out” que se juntou à divisão em uma reorganização no ano passado.

Mas as primeiras rodadas de cortes foram mais pesadas para as equipes de recrutamento e recursos humanos da empresa, seu amplo grupo de varejo e equipes de dispositivos.

Esta quarta-feira trouxe mais cortes para o grupo de RH da Amazon, que está sujeito a ondas de ofertas de compra e cortes que começaram em novembro.

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Beth Galetti, que lidera a equipe de “People Experience and Technology”, como a Amazon chama o seu time de RH, anunciou o último conjunto de cortes em um e-mail nesta quarta-feira (26).

“Essas decisões não são tomadas de ânimo leve e reconheço o impacto que isso terá sobre aqueles que estão saindo da empresa e também sobre nossos colegas que permanecem”, disse ela.

Prédio da Amazondfd

Um porta-voz da Amazon se recusou a comentar sobre as últimas demissões, referindo-se ao e-mail de Jassy em março dizendo que elas viriam.

A Amazon instituiu um congelamento de contratações para empregos fora de seus armazéns e operações de entrega – com exceções para certos projetos e trabalhos – e os gerentes dizem que não está claro quando a empresa pode começar a contratar em massa novamente.

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A Amazon empregava 1,54 milhão de pessoas em todo o mundo no final de dezembro. A grande maioria desses trabalhadores são empregados horistas que embalam e despacham produtos em armazéns.

Antes do início da primeira rodada de demissões em novembro, a empresa disse que tinha cerca de 350.000 funcionários corporativos.

Outras gigantes da tecnologia também reduziram seu número de funcionários, incluindo a Meta Platforms (META), a Alphabet (GOOGL) controladora do Google, a Microsoft (MSFT), a Dell Technologies (DELL) e a International Business Machines Corp (IBM).

A Amazon deve divulgar os resultados financeiros na quinta-feira (27), e os investidores estarão atentos para ver se as medidas de corte de custos ajudaram a lucratividade e se o crescimento das vendas de serviços em nuvem está chegando ao fundo do poço.

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