Atualização da rede Ethereum: o que é e como te beneficia

A atualização Shanghai da Ethereum (EIP-4895) permitirá que os stakers de ETH saquem seus fundos em staking, que adicionaram como validadores.

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A Rede Ethereum, cuja criptomoeda nativa ETH é a segunda maior em capitalização de mercado do mundo, é uma das maiores blockchains do mercado e está em constante evolução, passando por atualizações regulares para melhorar sua capacidade técnica e sustentabilidade. Desde o lançamento da Beacon Chain em dezembro de 2020, que marca a transição para um sistema de consenso Proof of Stake (PoS), a plataforma vem passando por grandes mudanças.

Em setembro de 2022, a rede passou por sua última grande atualização, conhecida como “The Merge”, que possibilitou a migração para um atual sistema mais completo (PoS). Antes, usava o sistema Proof of Work, um mecanismo de mineração para processar e validar transações que consomem altos níveis de energia. A mudança também passou a permitir o staking de ETH (a criptomoeda nativa da Ethereum), ou seja, o bloqueio de 32 ETH para executar nodes que contribuem com a segurança da rede e validação das transações.

Neste mês, abril de 2023, uma nova atualização chega ao mercado. Batizada de Shanghai, ela traz melhorias para tornar a rede ainda mais escalável, segura e eficiente. Ela também é um passo para tornar o mecanismo PoS totalmente funcional.

Mas o que isso significa para os usuários?

As mudanças que a atualização Ethereum Shanghai traz para os usuários são significativas. A partir dela, os usuários passam a poder sacar seus recursos em staking de ETH diretamente na Ethereum ou por meio de corretoras.

Para entender o que está acontecendo e como os usuários são afetados por essa atualização, a Binance, maior provedora de liquidez para o ecossistema blockchain e de criptomoedas e maior corretora cripto do mundo, fez um estudo detalhando as características dessa fase.

No staking , o usuário pega suas criptomoedas e as bloqueia para participar de uma blockchain, e com isso contribuir para auferir mais segurança à rede. Em troca, esse usuário recebe uma renda passiva por disponibilizar estes fundos. Quando houve a implementação da PoS, os usuários puderam fazer staking de 32 ETH para se tornarem validadores. Mas seus fundos ficavam bloqueados. Agora, eles podem sacar estes fundos.

Com a possibilidade de saque de fundos em staking, muitas pessoas se perguntam qual será o efeito dessa atualização sobre o preço do ETH. Até o momento, 13,81% de todos os tokens ETH estão em staking, de acordo com a página Staking Rewards. Mais de 16,5 milhões de ETH, equivalente a US$ 25 bilhões, foram alocados em operações de staking por meio de mais de 520 mil validadores.

A liberação desses fundos pode desbloquear uma quantidade significativa de fundos e aumentar a liquidez, uma vez que os detentores poderão sacar e vender suas participações. Para muitos traders e investidores, a porcentagem do fornecimento total de moedas em staking será um aspecto importante a se observar.

Por outro lado, o staking de ETH pode ser atraente para os usuários por conta de sua liquidez mais elevada. Com a atualização Shanghai, é possível fazer o staking com condições mais atraentes, o que tende a aumentar a demanda pela criptomoeda.

Conheça as outras atualizações da Ethereum

Até o momento a Ethereum passou por seis fases, sendo elas:

The Merge

A primeira fase foi a implementação do Beacon Chain, uma nova camada de consenso, que combinou a camada de execução do Ethereum com a Beacon Chain, migrando a rede para um mecanismo de consenso de Proof of Stake (PoS). O objetivo dessa mudança foi tornar a rede mais segura, sustentável e escalável.

The Surge

A segunda fase foi a divisão dos dados da blockchain do Ethereum em diferentes fragmentos, conhecidos como shards, para espalhar a carga computacional e aumentar a capacidade da rede. Com isso, o Ethereum passou a poder processar mais transações em paralelo.

The Verge

A terceira fase introduziu as “Verkle Trees” para otimizar o armazenamento de dados nos nós Ethereum, uma ferramenta poderosa para a escalabilidade. Com a utilização de árvores de verificação, os nós podem verificar se as informações são válidas sem precisar armazenar os dados completos.

The Scourge

A quarta fase limitou a quantidade de extratores MEV (Valor Extraordinário de Minerador) exploratórios que os validadores podem extrair, promovendo a descentralização e garantindo uma inclusão de transações confiável e neutra.

The Purge

A quinta fase visa reduzir a congestão da rede, diminuindo o espaço de armazenamento em disco rígido atualmente necessário para os validadores.

The Splurge

A sexta fase é composta por diferentes upgrades menores para garantir que o Ethereum esteja funcionando sem problemas.