Cinco coisas que você precisa saber para começar esta terça-feira

Ata da última reunião do Copom, presidente da Americanas no Senado e a crise bancária estão no radar dos investidores nesta terça-feira (28)

Ata do Copom não descarta futuras altas na taxa de juros
28 de Março, 2023 | 08:58 AM

Bloomberg Línea — Foi divulgada nesta terça-feira (28) a ata do Comitê de Política Monetária (Copom), que não descarta futuros aumentos na Selic. No mundo, os investidores continuam a monitorar as taxas de juros e o aperto monetário, ao mesmo tempo em que aguardam o desenrolar da crise bancária.

Segundo a BlackRock (BLK), o Federal Reserve (Fed) continuará elevando as taxas de juros, apesar de os traders apostarem no contrário. A maior gestora de recursos do mundo tem preferido os títulos indexados à inflação — que oferecem proteção contra a alta dos preços — na visão de que os mercados estão errados ao esperar cortes iminentes nas taxas dos EUA enquanto a economia caminha para uma recessão.

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“Desta vez é diferente, já que o Fed e seus pares deixaram claro que os problemas que atingem o setor bancário não interromperão sua batalha contra a inflação”, escreveram estrategistas do BlackRock Investment Institute, incluindo Wei Li, em uma nota aos clientes.

No cenário corporativo, o CEO da Americanas (AMER3), Leonardo Coelho, e o ex-CEO Sérgio Rial comparecem à Comissão de Assuntos Econômicos do Senado às 9h nesta terça, para falar sobre a crise da empresa. A varejista disse que o balanço de 2022, com divulgação prevista para 29 de março, não será publicado, e não forneceu nova data.

No exterior, o Alibaba planeja dividir seu império de US$ 220 bilhões em seis unidades que levantarão fundos individualmente e explorarão ofertas públicas iniciais (IPOs, na sigla em inglês), a maior reformulação do líder de e-commerce da China desde sua criação, há mais de duas décadas.

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Confira as notícias que devem movimentar os mercados nesta terça-feira (28):

1. Ata do Copom

A ata do Copom do Banco Central (BC) aponta que “o impacto sobre as condições financeiras e consequentemente sobre o crescimento global dos recentes episódios envolvendo o sistema bancário em economias centrais ainda é incerto, porém tem viés negativo” em um ambiente macroeconômico.

Segundo a ata, “a melhor contribuição da política monetária segue sendo no combate a pressões inflacionárias e na suavização de flutuações econômicas”. Os membros do Copom ainda afirmaram que não hesitarão em retomar o ciclo de ajuste “caso o processo de desinflação não transcorra como esperado”.

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Na semana passada, o comitê manteve a Selic em 13,75% ao ano pela quinta reunião consecutiva, em linha com as expectativas do mercado.

2. IPO do Alibaba

O anúncio de divisão do império de US$ 220 bilhões do Alibaba libera as principais divisões da empresa chinesa de e-commerce e mídia para a nuvem para operar com muito mais autonomia, estabelecendo as bases para futuros spin-offs e estreias no mercado.

As ações do Alibaba Group Holding subiam mais de 7%, já que a empresa de comércio eletrônico planeja se dividir em seis unidades que levantarão fundos individualmente e explorarão ofertas públicas iniciais.

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A mudança para uma estrutura de holding é rara para grandes empresas de tecnologia chinesas e pode servir de modelo para os pares do Alibaba. A descentralização das linhas de negócios da empresa e do poder de tomada de decisão atende a um dos principais objetivos de Pequim durante sua ampla repressão ao setor de tecnologia.

3. Mercados

Os índices futuros dos Estados Unidos e as ações europeias lutam por uma direção definida nesta terça-feira, enquanto os investidores aguardam dados econômicos em busca de pistas sobre a política monetária. O alívio nas preocupações com o contágio mais amplo da crise bancária contribui para maior apetite ao risco.

Na Europa, os bancos cancelaram um adiantamento quando o Société Générale foi informado de que o procurador financeiro da França está procurando cinco bancos como parte de uma investigação sobre fraude fiscal e lavagem de dinheiro.

Os traders têm caminhado cautelosamente em direção a uma postura de risco nesta semana, depois que a turbulência no setor bancário agitou os mercados no início deste mês. Em foco estarão os discursos de vários funcionários do Federal Reserve e uma série de relatórios dos EUA, inclusive sobre a medida de inflação preferida do Fed – o PCE. Os dados sobre a confiança do consumidor devem ser divulgados ainda hoje.

4. Manchetes do dia

Estadão: Câmara emprega piloto particular e gerente do haras de Juscelino Filho, ministro de Lula

Folha de S. Paulo: Isenção de Bolsonaro a pastores entra na mira de Receita e TCU após suspeita de ato atípico

O Globo: Menu básico com preço ‘de luxo’: alimentos como feijão e arroz dispararam desde 2020 e não devem dar trégua ao bolso

Valor Econômico: Brasil é um dos países com as maiores multas fiscais do mundo

5. Agenda

Nos Estados Unidos, o dia começa com a divulgação da balança comercial de bens, às 9h30, no horário de Brasília. No mesmo horário, é divulgado o nível de estoques do varejo excluindo automóveis. Às 10h, são publicados os preços de imóveis S&P/CS Composto-20.

Ainda por lá, às 11h é divulgada a confiança do consumidor CB referente à março. Às 11h, acontece o depoimento do vice-presidente do Fed, Michael S. Barr. Às 14h, acontece o leilão americano note a cinco anos. Por fim, às 16h30 são publicados os estoques de petróleo bruto semanal API.

Na zona do euro, haverá o discurso de Christine Lagarde, presidente do Banco Central Europeu (BCE), às 10h15.

-- Com informações da Bloomberg News.

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Tamires Vitorio

Jornalista formada pela FAPCOM, com experiência em mercados, economia, negócios e tecnologia. Foi repórter da EXAME e CNN e editora no Money Times.