Bloomberg — As ações do Deutsche Bank (DB) se recuperaram e o custo do seguro de sua dívida contra inadimplência (por meio dos CDS) diminuiu nesta segunda-feira (27), depois que analistas do mercado, executivos e autoridades tentaram assegurar que a saúde financeira do banco alemão é sólida.
Os papéis do maior banco da Alemanha fecharam em alta de 6,15% na Bolsa de Frankfurt, a ação com melhor desempenho no Stoxx 600 Banks Index da Europa. Commerzbank, Barclays e Banco Santander também estavam entre os maiores ganhos nesta abertura da semana.
Embora não houvesse um gatilho claro para as quedas na sexta-feira (24), fundos hedge aparentemente voltaram sua atenção para o Deutsche Bank após o colapso do Credit Suisse (CS) e de três bancos regionais dos Estados Unidos neste mês de março. As ações caíram cerca de 8%.
“O Deutsche Bank não é o ‘elo fraco’ no cenário bancário europeu”, escreveu Nicolas Payen, analista do Kepler Cheuvreux, em nota, sinalizando que o credor tinha fundamentos “muito sólidos”.
Na sexta, analistas do Citigroup apontaram a aposta de fundos contra o Deutsche como “irracional”.
Reguladores europeus pressionaram os bancos do continente a reduzir a alavancagem e melhorar sua posição de capital ao longo da última década, resultando em balanços patrimoniais muito mais saudáveis do que durante a crise financeira global em 2008.
O alívio desta segunda também se refletiu em uma medida observada de perto sobre a qualidade de crédito do Deutsche Bank: os spreads dos swaps de inadimplência de cinco anos caíram para 198,6 pontos-base na segunda-feira, de 226,9 pontos-base na sexta-feira (24), segundo os preços da CMAQ.
“O Deutsche Bank reduziu o risco e reorientou seu modelo de negócios nos últimos anos, o que deve ajudar o banco a gerar níveis de lucro menos voláteis e mais altos”, disse Roland Pfaender, analista da Oddo BHF, em nota na segunda-feira, após reiterar uma classificação de desempenho superior.
Os ganhos também se seguiram aos comentários do chanceler alemão, Olaf Scholz, na noite de sexta-feira, de que não há motivo para preocupação com o banco.
Enquanto isso, Andrew Coombs, analista do Citigroup (C), disse que o Deutsche Bank e o Commerzbank têm uma exposição “muito menor” ao setor imobiliário comercial - uma das alegadas razões citadas por alguns analistas para tentar explicar a desvalorização de ativos na sexta. Coombs acrescentou que o segmento de real estate representa 7% do total de empréstimos do banco.
As avaliações de mercado do banco alemão também sugerem espaço para alcançar seus pares. As ações do Deutsche Bank são negociadas com desconto de 25% em relação ao índice bancário europeu com base em ganhos futuros de 12 meses e são avaliadas a 0,28 vezes seu valor contábil.
O Deutsche Bank teve preocupações em 2016-2017, mas agora está em “base fundamentalmente mais forte após reestruturar com sucesso seus negócios”, disse Monica Defend, chefe do Amundi Institute.
- Com a colaboração de Tasos Vossos e Jan-Patrick Barnert.
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