Bloomberg — Gestores de ativos, incluindo Invesco e Franklin Resources, compraram ações do SVB Financial Group nos meses anteriores ao colapso do Silicon Valley Bank, que levou a perdas de 60% do valor de suas ações em um único dia.
As gestoras, juntamente com Two Sigma Investments, DE Shaw & Co., Renaissance Technologies LLC e BlackRock (BLK), estavam entre os 10 maiores compradores de ações desde setembro, de acordo com dados compilados pela Bloomberg do quarto trimestre e registros regulatórios mais recentes.
Os clientes e investidores de startups de tecnologia do Silicon Valley Bank ampliaram seus resgates na semana passada, provocando a segunda maior quebra de banco na história dos Estados Unidos. O rápido colapso do credor causou repercussões nos setores de tecnologia e finanças, levando o governo a proteger os depósitos dos clientes.
O SVB atraiu alguns dos maiores gestores de ativos do mundo, variando de investidores passivos a ativos, além de fundos hedge. O Franklin Mutual Shares Fund, de quase US$ 7,2 bilhões da Franklin Resources, tinha US$ 134 milhões em ações do SVB no final de janeiro, de acordo com um documento.
Vários dos fundos da empresa também tiveram uma pequena exposição à dívida do Silicon Valley Bank, do falido Signature Bank e do Silvergate até 9 de março, de acordo com uma atualização recente publicada em seu site.
Não está claro se alguns deles ainda detinham as ações, principalmente para gestoras de análise quant como a Two Sigma e a Renaissance, que trocam de posições com frequência.
Representantes da Franklin Resources, Renaissance, DE Shaw, RBC Global Asset Management e Massachusetts Financial Services se recusaram a comentar, citando políticas de não discutir participações específicas.
Um representante da Invesco não pôde comentar imediatamente. Procurados, Mirova, Ensign e Champlain Investment Partners não responderam imediatamente às perguntas da Bloomberg News.
A posição de um milhão de ações da Two Sigma no registro regulatório do quarto trimestre refletiu apenas sua posição no último dia do ano, disse uma pessoa familiarizada.
A posição estava distribuída entre diversos produtos e não representava uma visão fundamentalista. A exposição havia sido cortada em mais da metade antes do colapso do SVB e representava menos de 10 pontos base do valor bruto de mercado dos ativos, acrescentou a pessoa.
A BlackRock disse em um comunicado por e-mail que investe em nome de clientes em uma série de índices e outros fundos diversificados e contas com exposição limitada ao Silicon Valley Bank.
Enquanto algumas casas mantiveram as posições no SVB, outras saíram na hora. A RBC Global Asset Management UK vendeu toda a sua participação no quarto trimestre, que valeria US$ 248 milhões no final de dezembro. A Axiom Investors também saiu durante o período, quando sua participação seria avaliada em US$ 61 milhões.
A RBC se recusou a comentar. Os representantes da Boston Partners e da Axiom não responderam imediatamente fora do horário comercial. A Rathbones disse que não tem nenhuma exposição direta ao SVB, de acordo com um comunicado em seu site.
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