Santander eleva provisões após resultado ser ofuscado por colapso da Americanas

Segundo o banco espanhol, desempenho da receita e da margem financeira no Brasil foi ofuscado por maiores provisões ligadas a ‘um único nome’

No mês passado, a Americanas listou o Santander como um de seus três maiores credores
Por Rodrigo Orihuela
02 de Fevereiro, 2023 | 08:42 AM

Bloomberg — O Banco Santander (SANB11) elevou as provisões de seu banco de investimento em 257 milhões de euros (R$ 1,43 bilhão), em grande parte devido a problemas com um único cliente no Brasil, o maior mercado da instituição.

O desempenho da receita e da margem financeira no Brasil foi ofuscado por maiores provisões ligadas, em parte, a “um único nome” na carteira corporativa e de banco de investimento, disse o Santander em seu balanço de resultados nesta quinta-feira (2). O Santander se recusou a nomear o cliente e não detalhou o valor específico da provisão.

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No mês passado, a Americanas (AMER3), varejista que entrou em recuperação judicial, listou o Santander como um de seus três maiores credores, com R$ 3,7 bilhões em exposição. No resultado do Santander, não ficou claro quanto das provisões extras estavam diretamente relacionadas à Americanas.

Os problemas financeiros da Americanas foram revelados por Sérgio Rial, que deixou a varejista sediada no Rio de Janeiro menos de duas semanas depois de ingressar como diretor-presidente e depois de descobrir o que chamou de inconsistências “dolorosas” no balanço da empresa.

Pouco depois de deixar a Americanas, Rial também deixou a presidência do conselho da unidade brasileira do Santander, onde ele também atuou como CEO entre 2016 e 2021.

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O banco espanhol é a maior instituição financeira estrangeira no Brasil. É também um importante player global em um tipo de empréstimo corporativo chamado de financiamento de fornecedores, que fica no coração dos problemas financeiros da Americanas.

A Americanas tem um passivo de R$ 41,2 bilhões com cerda de 8.000 credores. A lista inclui alguns dos maiores bancos do país, que travaram uma batalha com a varejista desde que R$ 20 bilhões em “inconsistências contábeis” foram descobertos em 11 de janeiro.

Esses erros aumentaram artificialmente os lucros e reduziram os passivos reportados pela metade.

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-- Com a colaboração de Charles Penty.

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