Estes são os fundos que mais perderam - ou ganharam - com o tombo da Americanas

Queda das ações da varejista provocou perdas para fundos brasileiros, mas outros tiveram ganhos com posições vendidas

Erosão nas ações da Americanas deixou um rastro de perdas em alguns fundos brasileiros
Por Vinícius Andrade
17 de Janeiro, 2023 | 07:10 PM

Bloomberg — A queda das ações da Americanas (AMER3) deixou um rastro de perdas em alguns fundos brasileiros. Um dos fundos da Moat Capital caiu 6,8% após taxas na última quinta-feira (12), liderando as perdas entre 578 fundos de ações locais que administram mais de R$ 100 milhões, de acordo com dados compilados pela Bloomberg.

As ações da Americanas, que representavam cerca de 8% do patrimônio líquido do fundo, de acordo com a Moat, fecharam em queda de 77% naquele dia depois que o diretor presidente Sergio Rial e o diretor financeiro André Covre deixaram a empresa na esteira da descoberta de inconsistências contábeis próximas a R$ 20 bilhões. A ação, que era negociada a R$ 12 antes do anúncio, oscila agora em torno de R$ 2.

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A Moat encerrou as posições de todos os seus fundos em Americanas. “Faremos tudo o que estiver ao nosso alcance para garantir e resguardar nossos direitos pelas perdas enquanto éramos acionistas minoritários”, disse a gestora, em nota.

  

Outros fundos

A queda também afetou a performance do fundo Bradesco FIA Small GBS Investimento no Exterior, que é gerido pela Bradesco Asset Management, e do Elizabetha FIC FIA, administrado pela Tempo Capital, que caíram 3,5% e 2,7%, respectivamente. Ambos detinham ações da Americanas ao fim de outubro e setembro do ano passado, mostram dados da Bloomberg.

As perdas se somaram aos crescentes contratempos para os fundos de ações brasileiros, que têm enfrentado uma onda massiva de resgates. Os FIAs registram uma saída líquida de mais de R$ 3 bilhões neste ano até 11 de janeiro, após um resgate recorde de R$ 70 bilhões em 2022, de acordo com a Anbima.

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Na ponta oposta, o AZ Quest Top Long Biased subiu 2,8% descontadas as taxas na última quinta-feira, liderando os ganhos entre pares. A alta foi alimentada por posições vendidas em Americanas, que foram aumentadas após o anúncio, segundo uma pessoa familiarizada com o assunto que pediu para não ser identificada porque a informação não é pública.

O ‘short’ em Americanas atingiu 12% do free float, perto do maior nível registrado pelos dados dos últimos 12 meses, de acordo com a empresa de análise financeira S3 Partners.

AZ Quest, Tempo Capital e Bradesco Asset Management não responderam a pedidos de comentários da Bloomberg.

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A Americanas teve a maior queda em um único dia durante ao menos os últimos 20 anos dentre os 89 empresas do Ibovespa, segundo dados da Bloomberg. A varejista se encontra em uma batalha legal com credores, e as ações seguem pressionadas.

O JPMorgan, que rebaixou a recomendação para o papel de “neutral” para “underweight” em novembro citando a alavancagem da companhia, disse que um cenário de recuperação judicial é o mais provável neste momento.

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