Bloomberg — O mercado continua a monitorar e a avaliar eventuais novos comentários e medidas do governo Lula (PT) após alívio recente com a diminuição dos ruídos sobre reformas, além do trâmite da mudança de comando na Petrobras (PETR3, PETR4).
A agenda com forte potencial de impacto nos ativos inclui a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechado de 2022 no Brasil e, nos Estados Unidos, o CPI de dezembro, além de um evento com Jerome Powell e a divulgação de balanços de bancos referentes ao quarto trimestre de 2022.
Confira a seguir 5 destaques da agenda para o mercado na semana que começa:
1. Rumos do governo
O mercado mantém no radar eventuais falas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de seus ministros nas próximas semanas, além de possíveis medidas. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que anunciaria medidas econômicas na próxima semana, sem detalhar quais seriam.
O dólar zerou a alta da semana na sexta-feira (6), enquanto os juros futuros caíram e a bolsa subiu, após dado de salários ameno nos EUA e ainda sob efeito da diminuição dos ruídos causados por comentários de membros do governo nos primeiros dias do ano. Durante reunião ministerial, Lula disse que o governo não tem pensamento único e que é possível fazer a economia crescer com responsabilidade.
2. Petrobras
O presidente indicado para a Petrobras, Jean-Paul Prates, espera poder ocupar o posto até a primeira quinzena de fevereiro, segundo informações apuradas pela coluna Brasília em off. Mesmo assim, eventuais mudanças na política de preços de combustíveis devem ser mais demoradas.
A política está no estatuto da empresa, o que significa que será preciso passar por assembleia de acionistas. Uma primeira assembleia será ainda necessária para referendar Prates no cargo. Com isso, há chances de o governo acabar tendo que prorrogar a isenção de impostos sobre os preços da gasolina e etanol prevista para acabar em 28 de fevereiro.
3. IPCA de 2022
O IPCA de dezembro, que fecha o ano de 2022, será divulgado na terça-feira (10). A estimativa para o índice no ano é de desaceleração de 5,9% para 5,59%, ainda acima do teto da meta, que é de 3,5%, com intervalo entre 2% e 5%. Quando a inflação supera o teto ou fica abaixo do piso da meta, o Banco Central precisa escrever uma carta aberta explicando as razões.
No comparativo mensal, o IPCA de dezembro deve ficar em 0,43%. “O desafio para o BC será promover – sem poder contar com a ajuda da política fiscal – uma queda adicional da inflação subjacente”, diz Adriana Dupita, da Bloomberg Economics.
4. Dados de atividade no Brasil
A semana que começa ainda terá as divulgações do IBC-Br e dos indicadores de varejo e serviços. Para o dado de serviços, a estimativa é de desaceleração da alta de 9,5% em outubro para 5,6% em novembro, na comparação anual. As expectativas de inflação serão atualizadas com a pesquisa Focus na segunda-feira (9). O IGP-DI de dezembro, que ficou abaixo do previsto, ajudou a derrubar os juros futuros na sessão de sexta-feira.
5. CPI nos EUA e Powell
Mercados globais devem reagir à inflação ao consumidor dos EUA, na quinta-feira (12). Dois dias antes, na terça (10), as expectativas sobre os juros globais devem ser influenciadas por declarações do presidente do Fed, Jerome Powell, em evento com outros banqueiros centrais na Suécia.
O payroll de dezembro mostrou que o emprego segue resiliente, o que sugere a necessidade de juros maiores, mas o resultado abaixo do previsto dos salários aliviou os mercados.
A agenda pesada de balanços nos EUA inclui números do JPMorgan (JPM), Bank of America (BAC), BlackRock (BLK), Citigroup (C) e Wells Fargo (WFC). A China divulgará dados de inflação e balança na semana.
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